Um prédio abandonado foi ocupado por pessoas em situação de rua e usuários de drogas no Centro de São Vicente, no litoral de São Paulo. De acordo com informações de vizinhos, água acumulada, mosquitos, ratos e lixo são alguns dos problemas que o abandono está gerando. Em meio a tudo isso, até crianças de colo e moradores fazendo sexo já foram vistos no local.
Moradores que vivem próximos ao prédio abandonado, localizado na rua do Colégio, na Biquinha, foram entrevistados, mas não quiseram se identificar. Eles dizem que a situação começou há mais ou menos seis meses e que o prédio, do térreo ao terceiro andar, está tomado por pessoas em situação de rua e usuários de drogas.
“Essa é um situação muito triste. Eles brigam entre si, consomem drogas e já vimos crianças no meio disso. Não conseguimos fazer nada. Muitos mosquitos e ratos já apareceram na vizinhança por conta do lixo que se acumulou. O pior é que já vimos gente com criança de colo nessa situação”, lamenta um dos vizinhos.
Para uma das vizinhas do prédio, o local serve de esconderijo para usuários de drogas, apenas, e não é um abrigo para pessoas em situação de rua. De acordo com ela, todos que passam por lá sempre trocam de roupas e, inclusive, ficam nus como se estivessem “em casa”.
“O prédio é ocupado por usuários de drogas. É um entra e sai dia e noite. Eles fazem círculos e ficam usando droga durante todo o dia, ficam nus e também fazem sexo. Isso é um descaso do proprietário do imóvel e da prefeitura com os vizinhos”.
Além disso, os moradores relataram ter muita água acumulada no subsolo do prédio. Parada há semanas, invadindo a calçada e facilitando a proliferação de mosquitos, inclusive do Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya.
Moradores informaram, também, que já acionaram o serviço de dengue da prefeitura de São Vicente, que encontrou diversos focos do mosquito. Acionaram, também, a Polícia Militar que informou aos moradores que nada poderia ser feito, apenas deu a sugestão de conversar com o poder público.
A reportagem entrou em contato com a municipalidade que, por meio de nota, disse que tem pedido providências por parte do proprietário do imóvel, que não atendeu as solicitações. Diante disso, a Secretaria de Obras Particulares (Seob) está elaborando um dossiê para dar entrada no Ministério Público (MP).
“Uma avaliação mais aprofundada do imóvel só será possível a partir da decisão do MP, mas até o momento não há risco de desabamento do prédio abandonado. A Seob ressalta que já foram lavradas mais de R$ 50 mil em multas”.
A reportagem tentou o contato com a defesa do proprietário do imóvel, mas ele não quis comentar o assunto.