Quem circula pelo centro comercial de Teresina tem se deparado com cenas cada vez mais comuns de usuários de drogas dormindo pelas calçadas e bancos de praças. O crack - droga devastadora e com alto poder viciante - tem regimentado cada vez mais usuários que marcam sua presença de forma mais marcante no centro à noite. Durante o dia, quando não estão vagando, eles buscam pontos específicos para o descanso ou o uso de mais drogas.
A reportagem da Rede Meio Norte foi em dois pontos apontados como os mais usados pelos usuários de drogas no centro da capital para constatar o problema. O primeiro fica do lado do Troca-Troca chamado Ilha da Fantasia. Quando viram a equipe de reportagem saíram do matagal, primeiro uma jovem e depois um rapaz com uma bicicleta e mais outros dois rapazes.
Quem passa perto do local sente-se inseguro com a situação, já que os bandidos e drogados usam o matagal como fuga. ?Eles ficam deitados aí, depois correm pro rio, a gente passa aqui com medo. Segurança não tá tendo mesmo, faz medo passar por aqui e qualquer hora ser assaltada?, conta uma senhora que passava pelo Troca-Troca na manhã de hoje.
O outro local visitado pela equipe foi debaixo da ponte que liga Teresina a Timon. O repórter Ricardo Moura Fé encontrou novas surpresas. é bem ao lado de uma das alças da Ponte da Amizade que a equipe encontrou os vestígios do uso diário e noturno de crack. Várias latas de refrigerante cortadas ao meio para que se fume a pedra, bebidas alcoólicas, caixas de fósforo e sacos descartados que são embaladas as drogas.
O repórter Ricardo Moura Fé colheu o depoimento marcante de uma usuária, refém do vício. ?Só eu e Deus é que sabe quem usa crack aqui, eu uso para trabalhar olhando os carros, só aqui e acolá que eu venho aqui pra usar a droga?, conta a senhora que aparenta ter uma certa idade.
No Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua da Prefeitura de Teresina, 80% dos que procuram o serviço são usuários de crack, o que dificulta a reabilitação ou a reinserção na vida social. ?Dificulta muito porque constantemente eles passam uma temporada nas ruas e acabam utilizando novamente a droga, voltando ao vício, tendo recaídas?, conta a representante do Centro de Acolhimento.
CONFIRA A MATÉRIA DE RICARDO MOURA FÉ NO VÍDEO: