UFPI e Fiocruz realizam seminário sobre Plantas Medicinais

O evento é uma realização da Pró-Reitoria de Extensão (PREX) da Universidade Federal do Piauí

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Implantar uma política nacional de cunho fitoterápico que leve mais saúde e melhor acesso aos medicamentos dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Essa é a proposta do Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, que visa o uso sustentável da biodiversidade e da preservação do conhecimento tradicional associado ao uso medicinal das plantas. E foi essa a temática discutida durante o I Seminário Estadual para Implantação do Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos do Piauí, que foi iniciado ontem (11), no auditório do Centro de Tecnologia (CT/UFPI) e segue até hoje (12), no Colégio Agrícola de Floriano (CAF). O evento é uma realização da Pró-Reitoria de Extensão (PREX) da Universidade Federal do Piauí e o programa é de autoria do Ministério da Saúde em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Na manhã de ontem (11), aconteceram as palestras com os representantes da Fiocruz Dr. Anníbal Coelho de Amorim, médico e vice-presidente de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fiocruz, e de Paulo Leda, que também faz parte da equipe da fundação. A idéia das palestras era trazer informações sobre a política do programa para gestores da saúde, estudantes da área e interessados no tema. À tarde, foi feita uma visita técnica no Horto de Plantas Medicinais do Centro de Ciências Agrárias (CCA/UFPI).

Na opinião do Dr. Anníbal Coelho, a implantação do programa tem três objetivos principais. Primeiramente, a premissa dessa política nacional, que é produzir medicamentos de qualidade, seguros e com eficácia. Segundo, dar apoio às pessoas que estão dentro dessa cadeia produtiva e que trabalham na parte de manejo, conservação e cultivo das plantas, oferecendo independência sócio-econômica e cultural, promovendo a sustentabilidade no meio. Terceiro, sendo uma política nacional que coordena 10 ministérios, é um grande desafio trabalhar em grupo. Logo, a política se coloca como uma oportunidade de provar que várias cabeças pensantes podem produzir algo maior, capazes de trabalhar na proteção da enorme biodiversidade nacional.

Perguntado sobre o que seria necessário para que essa implementação fosse realizada de maneira bem-sucedida no Piauí, Anníbal enfatizou que o apoio político na formação de parcerias, como o da Fiocruz com a universidade e com as secretarias de saúde municipais e estaduais do governo são cruciais para que o projeto dê certo. "A vontade política é determinante para que isso gere frutos amanhã. Existem tentativas subseqüentes de desqualificação dessa política nacional na mídia, que tentam impor que ela não é boa para o Brasil, mas ela é. Por isso é fundamental a sinergia entre os vários atores sociais, como as instituições científicas, os órgãos federais e demais entes federativos e colaborativos", relata.

Para Wanieire Veloso, gerente de Assistência Farmacêutica da Secretaria de Estado da Saúde do Piauí - SESAPI, que esteve presente no seminário e durante o acompanhamento dos responsáveis pelo projeto, é maravilhosa a chance de ter entidades como a Fiocruz trabalhando em parceria com a UFPI e com o Estado do Piauí, e garante que os conhecimentos adquiridos serão postos em prática.

"Vamos trabalhar de mãos dadas para tentar implantar esse programa em nosso Estado. Às vezes os gestores deixam isso de lado, por falta de conhecimento, mas eu tenho certeza que isso não vai ficar por aqui. Já fazemos parte de um grupo de trabalho e criaremos um comitê também. Nós vamos nos reunir para apresentar o projeto para o secretário de Saúde, Dr. Telmo Mesquita", revela.

A Profa. Lis Marinho vê o resultado dessa discussão como bastante positiva, "pela presença de profissionais da área, alunos, representações institucionais". De acordo com ela, já foi instituído um grupo de trabalho em Teresina durante o seminário, para dar encaminhamento a outros desdobramentos posteriores.

Apesar das palestras iniciais que ocorreram ontem em Teresina e que tinham um caráter mais informativo e esclarecedor, o Projeto Piloto de Implantação do Programa de Plantas Medicinais acontecerá somente amanhã (12), no Colégio Agrícola de Floriano (CAF) e contará com a presença do vice-presidente da Fiocruz, Dr. Valcler Rangel Fernandes e com a Dra. Joseane Carvalho Costa, uma das coordenadoras do Comitê Nacional do Programa.

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