O impasse entre professores de universidades e institutos federais de todo o Brasil continua. Um dos pontos que levou os docentes a rejeitarem a proposta do Governo Federal de reajuste de até 45% é o fato de esse percentual alcançar um número irrisório de profissionais.
Na Universidade Federal do Piauí, segundo o membro Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), Geraldo Carvalho, apenas dois professores serão contemplados com os 45% de reajuste salarial.
O governo ofereceu um reajuste até 2015 que chega a 45% para os professores de universidades titulares, com doutorado, o nível mais alto da carreira; e um mínimo de 24,4% para o professor associado, com doutorado, de nível 1.
Para os mestres, quase todos os reajustes ficam perto da casa dos 25%. Para os professores de ensino técnico ou básico que têm apenas graduação, o reajuste fica em 22%.
?Esses 45% chegarão a apenas 10% da categoria a nível nacional. Já no Piauí, no caso da UFPI, apenas dois professores serão contemplados com esse percentual, o que é um número muito pequeno, não podemos aprovar uma proposta como essa.
E o que é pior, 86% dos profissionais terão redução de 5% nos seus salários por conta da inflação ao longo destes três anos. Ou seja, a proposta não considera a inflação. Nós queremos uma reestruturação da profissão, mas essa proposta desestrutura?, disse Geraldo Carvalho.
Durante toda esta semana, os docentes realizaram assembleias gerais por todo o país e muitas das universidades rejeitaram a proposta do Governo Federal, inclusive a Universidade Federal do Piauí. ?Nós não podíamos aprovar essa proposta que não beneficia a maioria dos docentes.
O aumento real será de apenas 5% para aqueles que estão no topo da carreira. Vamos esperar a decisão a nível nacional?, disse o presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Piauí ? ADUFPI, Mário Ângelo.
A categoria se reunirá com representantes do Governo Federal na tarde de segunda-feira (23), em Brasília, quando será dada uma resposta da categoria à proposta.
?No mesmo horário, nós vamos realizar, na Adufpi, uma vigília, com atividades e apresentação de documentos para a discussão da proposta?, disse o presidente da Adufpi.