UESPI: maior representatividade de professores entre negros e pardos

Segundo dados do Censo da Educação Superior, 2018, divulgado este ano pelo Ministério da Educação (MEC), a UESPI conta com 908 professores autodeclarados negros e pardoS

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Na semana da Consciência Negra e de um dos maiores eventos da instituição, o África Brasil, a Universidade Estadual do Piauí (UESPI) se destaca, em números percentuais,  como a instituição pública de ensino superior do Brasil com maior representatividade de docentes negros e pardos. 

Segundo dados do Censo da Educação Superior, 2018, divulgado este ano pelo Ministério da Educação (MEC), a UESPI conta com 908 professores autodeclarados negros e pardos, o que corresponde a 74% do total de professores da Universidade.

De acordo com a Revista Quero, que divulgou os dados mais específicos quanto a essa representação, a pesquisa foi com base em universidade (públicas e privadas) com mais de 500 professores “em exercício”.  “Apenas sete universidades privadas do Brasil possuem maioria de negros entre seus professores. Entre as universidades públicas, esse número é ainda menor: somente cinco instituições possuem maioria de docentes negros, espalhados em estados do Norte e Nordeste”.

Prof. Élio se destaca na UESPI e no estado na luta pelos direitos do povo negro |foto: Arnaldo Alves

Segundo o primeiro professor negro com doutorado da UESPI, Élio Ferreira, desde 1995 a instituição promove a inclusão de temáticas destinadas ao povo negro, como, por exemplo, a realização de eventos e debates para aumentar a visibilidade dessa temática, além de projetos e programas de extensão e trabalhos de pesquisa no ensino e na pós-graduação de diferentes cursos.

“A UESPI foi a primeira a receber uma comemoração a Zumbi dos Palmares, em 1995, pelos seus 300 anos. A partir disso, fomentamos essa temática e não paramos mais. Essa conquista da representação dos negros aqui é resultado do trabalho de várias décadas dos povos negros da instituição. A UESPI é lugar desse povo. Aqui a gente promove questões de matrizes africanas, realiza eventos, como, por exemplo o África Brasil para que a população afro-descedente se sinta familiarizada e tenha mais visibilidade”, explica o Prof. Drº Helio Ferreira.

A professora e Coordenadora do África Brasil, Iraneide Soares, destacou que as cinco universidades públicas com mais professores negros do país  estão no Nordeste. “Nessa lista a UESPI está em primeiro lugar do Brasil. Para nós é muito importante saber desse resultado, pois ele mostra todo o esforço e luta do povo negro, em especial dos professores do Piauí”, afirmou.

A profa. Iraneide Soares a UESPI afirma que a UESPI tem espaço aberto para a população negra |foto: Arnaldo Alves

A UESPI, desde 2008 e de acordo com a Lei Estadual 5791, determina 30% das vagas ofertadas nos cursos de graduação da instituição devem ser reservadas a essas políticas sociais e afirmativas. Há também nos programas de pesquisa da instituição incentivos de bolsas para quem ingressou pelo sistema de cotas.

Para o reitor em exercício, Prof. Evandro Alberto, esses dados comprovam que as políticas afirmativas são necessárias porque trazem oportunidades educacionais para a população negra. Ele complementa que as politicas públicas precisam igualar essa proporção das oportunidades entre todos os brasileiros para que o Estado cumpra seu papel diante da sociedade. “Estamos felizes de receber essa notícia de que somos uma instituição de ensino com maior representatividade entre negros e pardos do país. Esse é um dado que comprova nossa mistura de cor, de raças, de sons, de ideias, de experiências e de empatias. Somos plurais e continuaremos assim, porque somos mais fortes”, concluiu o reitor.

O prof. Evandro Alberto destaca o pluralismo da UESPI e reafirma o combate a qualquer tipo de preconceito

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