Começou nesta segunda-feira (28), por volta das 8h (horário de Brasília), uma reunião entre delegações da Ucrânia e da Rússia em Belarus para tratar sobre o conflito na região. Nenhum dos dois presidentes envolvidos na guerra participam do encontro, que não tem hora para acabar. Na reunião, a Ucrânia exigirá um cessar-fogo "imediato" e a retirada das tropas russas. A Rússia não quis revelar sua posição antes do encontro.
Hoje, a invasão russa à Ucrânia entrou no quinto dia. A capital, Kiev, e a segunda maior cidade ucraniana, Kharkiv, amanheceram com explosões, segundo relatório do serviço estatal de informação do país. As Forças Armadas ucranianas, porém, dizem que o Exército russo parece ter diminuído o ritmo da ofensiva, quando são aguardadas negociações entre as duas nações.
Ucrânia e Rússia devem iniciar negociações hoje; há combates em Kiev
A delegação ucraniana chegou nesta segunda-feira (28), à fronteira do país com a Belarus para negociar com representantes russos, afirmou o gabinete da presidência da Ucrânia. Para os ucranianos, os principais objetivos da negociação são um cessar-fogo imediato e uma saída das tropas russas que invadiram seu país.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, deu indicações de que não acredita que o encontro entre as comitivas pode ser frutífero: “Eu não acredito realmente no resultado desse encontro”, afirmou ele, segundo o jornal "The New York Times".
Houve batalhas nos arredores da cidade de Mariupol, na Ucrânia, durante a noite, disse nesta segunda o dirigente da região de Donetsk, Pavlo Kyrylenko.
Ele não disse se as forças russas conquistaram ou perderam território e nem deu números de perdas de soldados.
Ucranianos dizem que russos atacaram prédios residenciais no norte do país
Os russos atacaram prédios residenciais com mísseis em duas cidades do norte da Ucrânia, afirmou o Estado-Maior das Forças Armadas ucraniano.
Os ataques ocorreram nas cidades de Zhytomyr e Chernigov, segundo a Ucrânia.
Como os alvos são civis, houve violação ao direito humanitário internacional, disse o Estado-Maior das Forças Armadas ucraniano.
"Ao mesmo tempo, todas as tentativas dos invasores russos de alcançar o objetivo da operação militar fracassaram", acrescentou.
ONU: há 94 mortos civis na Ucrânia
Um grupo da ONU que está monitorando o conflito na Ucrânia afirmou que há 376 civis atingidos no país e que 94 deles morreram. Os números são referentes aos três primeiros dias da invasão.
Para a ONU, a invasão desencadeou consequências humanitárias severas e que as perdas podem ter um número significativamente mais alto.
Além dessas vítimas, há os deslocados e refugiados: 422 mil pessoas deixaram o país, segundo Michelle Bachelet, alta comissária da ONU para Direitos Humanos.
Ucrânia vai soltar prisioneiros que aceitem lutar contra a Rússia, diz presidente
Volodymyr Zelensky afirmou nesta segunda-feira (28) que vai soltar prisioneiros com experiência militar que estiverem dispostos a se unir à luta contra a Rússia.
O ministro de Defesa da Ucrânia, Oleksii Reznikov, já havia dito, no começo da invasão, que qualquer um que consegue segurar uma arma pode se unir às forças de defesa territorial.
Otan vai mandar mais armas para a Ucrânia
Os parceiros da Otan vão fornecer mísseis de defesa contra ataques aéreos e armas contra tanques de guerra, afirmou nesta segunda-feira (28) o secretário-geral da entidade, Jans Stoltenberg, em uma rede social.
Ele afirmou que conversou com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, mais cedo.
No domingo, os países da União Europeia começaram a entregar quantidades significativas de armas à Ucrânia para ajudá-la a se defender contra a invasão lançada pela Rússia.
Josep Borrell, alto representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, disse no domingo que a União Europeia aprovou envio de caças à Ucrânia.