Trump e Kim assinam acordo histórico por desnuclearização

Trump diz que Kim aceitou seu convite para visitar a Casa Branca

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A Coreia do Norte se comprometeu com a desnuclearização completa da península coreana nesta terça-feira (12), durante o encontro de seu líder, Kim Jong-un, e o presidente dos EUA, Donald Trump.

Os dois países "decidiram deixar o passado para trás" e "o mundo verá uma grande mudança", segundo Kim, que assinou uma declaração de quatro itens ao lado de Trump.

Em um dos quatro itens do documento, o líder norte-coreano se compromete a trabalhar pela desnuclearização completa da península coreana, reafirmando o que foi determinado pela Declaração de Panmunjon, assinada em 27 de abril de 2018 pelas duas Coreias.

O conteúdo do documento foi considerado "bastante completo" por Trump, que diz que os países estabeleceram uma ligação especial após a assinatura. O presidente americano afirmou que Kim aceitou o seu convite para visitar a Casa Branca e que ele pretende visitar Pyongyang "em um certo momento".

"Aprendi que ele é um homem muito talentoso que ama muito seu país. É um negociador de valor, que negocia em benefício de seu povo", elogiou.

O documento assinado por Trump e Kim possui quatro pontos:

EUA e Coreia do Norte se comprometem a estabelecer relações de acordo com o desejo de seus povos pela paz e prosperidade;

Os dois países irão unir seus esforços para construir um regime de paz estável e duradouro na península coreana;

Reafirmando a Declaração de Panmunjon, de 27 de abril de 2018, a Coreia do Norte se compromete a trabalhar em direção à completa desnuclearização da península coreana;

Os EUA e a Coreia do Norte se comprometem a recuperar os restos mortais de prisioneiros de guerra, incluindo a imediata repatriação daqueles já identificados.

Encontro inédito

Pela primeira vez na história, líderes dos Estados Unidos e da Coreia do Norte se encontraram pessoalmente para tentar chegar a um consenso sobre o desmonte do programa nuclear e balístico da fechada ditadura comunista, em troca de alívio econômico para o país hoje afetado por duras sanções. O esperado e histórico encontro de Donald Trump e Kim Jong-un aconteceu na manhã de terça-feira (12, horário local), em Singapura.

Os dois tiveram um primeiro encontro privado e depois promoveram uma reunião ao lado de seus assessores. Em seguida, participaram de um almoço ao lado de suas respectivas comitivas.

Após este evento, os dois líderes caminharam juntos e Trump, em uma breve declaração a jornalistas, disse que o encontro estava sendo "melhor do que qualquer um poderia esperar". Em seguida, ele mostrou sua limusine ao norte-coreano e manteve o que pareceu ser uma conversa bastante amistosa durante alguns minutos, antes de os dois se separarem e seguirem em direções opostas. Eles se reencontraram depois na sala onde assinaram a declaração.

O local do encontro foi o luxuoso hotel Capella, na ilha de Sentosa, famosa por suas praias turísticas e seus campos de golfe espetaculares. Singapura designou partes de sua região central como uma "zona especial", onde os procedimentos de segurança estão mais rigorosos. O espaço aéreo sobre a rica cidade-Estado está temporariamente restrito durante partes dos dias 11, 12 e 13 de junho.

Quando se sentou ao lado de Kim pela primeira vez, Trump disse ter esperança de que a cúpula seria "tremendamente bem-sucedida". "Teremos um ótimo relacionamento pela frente", acrescentou. O ditador norte-coreano disse em seguida que havia enfrentado uma série de "obstáculos" para o encontro. "Nós superamos todos eles e estamos aqui hoje", disse a repórteres, por meio de um tradutor.

A reunião teve como tema o fim do programa de armas nucleares e balísticas da Coreia do Norte, cujas ambições têm sido uma fonte de tensão há décadas. Além do encontro de Trump e Kim, estavam previstas diversas reuniões entre representantes dos dois países ao longo de cinco dias.

Os EUA, temendo o desenvolvimento de mísseis nucleares que poderiam atingir o país, pedem a desnuclearização "completa, verificável e irreversível" da Coreia do Norte. Como resultado, a Coreia do Norte pode comprometer-se a apresentar um relatório sobre o atual arsenal e permitir uma verificação internacional completa.

De sua parte, Kim Jong-un parece tentar salvar a economia norte-coreana que vem sofrendo o impacto das sanções impostas pelos EUA e pela ONU. Ele disse que deseja "avançar para uma desnuclearização da península coreana", mas por meio de um processo "passo a passo", com garantias de segurança e incentivos diplomáticos e econômicos.

 

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