O 1º Manifesto Estadual contra o Trabalho Infantil do Piauí foi realizado na quinta-feira (10), no Tribunal Regional do Trabalho da 22ª Região, localizado na Avenida João XXIII. Crianças de escolas públicas, agentes que combatem o trabalho infantil, estudantes e professores da Universidade Federal do Piauí (UFPI) estiveram durante toda a manhã na sede do Tribunal.
Uma infância saudável em convívio familiar, com atividades escolares e boas condições de saúde passa longe da realidade de muitas meninas e meninos. Estima-se que mais de 2 milhões de crianças entre 5 e 17 anos estejam submetidas ao trabalho infantil em casas de famílias, feiras, comércios, campo, lixões e até mesmo no tráfico de drogas.
O outdoor “Basta de Trabalho Infantil”, em frente do prédio da sede do TRT da 22ª Região, convidou a sociedade para um olhar atento aos casos que corrompem infâncias. “O Piauí tem em torno de 75 mil casos registrados, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2016, então ainda é um problema sério em nossa sociedade e temos que combater principalmente com eventos de caráter informativo”, disse Carlos Wagner Cruz, juiz do Trabalho e coordenador do Programa de Combate ao Trabalho Infantil e Incentivo à Aprendizagem no TRT.
Também, durante o evento, na entrada do auditório Serra da Capivara, uma mostra com fotografias e objetos que remetiam ao trabalho infantil chamava a atenção de quem chegava ao manifesto.
A Escola Municipal Santa Teresa e a Associação Madre Cabrini marcaram presença e realizaram uma revoada de balões coloridos com o objetivo de causar reflexão sobre o tema. "É muito importante esse movimento, pois nos mostra o combate e também a conscientização de que o trabalho infantil é errado. Observei a exposição e vi várias imagens que mostram como é a vida de muitas crianças brasileiras que são exploradas e deixam de estudar”, falou Silmara Santos, de 13 anos de idade.
Marcelo Noleto, secretário de Governança e Estratégia do TRT, também idealizador da manifestação, debateu que exposição às mais diferentes formas de abuso, exploração, acidentes e traumas traça uma herança de danos físicos, psicológicos e sociais que produzem diversos males à sociedade. “Nós temos também o papel que vai além da função de prestar jurisdição, nós também propomos reflexões em torno dessa problemática gravíssima que é o trabalho infantil”, falou.