Trecho de anel viário acumula quase 4 mil infrações

Trecho de anel viário acumula quase 4 mil infrações

Balão | Reprodução
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O trânsito do percurso da BR-343, que corta a zona Sul de Teresina, vive uma situação complicada no que diz respeito a congestionamentos, acidentes e infrações.

Somente do ano passado para cá a Polícia Rodoviária Federal fez 3.782 autuações no trecho de 2 km, que vai da Ponte Engenheiro Antônio Noronha (Ponte Nova), que liga Teresina a Timon, até o cruzamento da Av. Miguel Rosa com a rodovia federal, seguindo em direção à cidade de Demerval Lobão.

“Em 2014, esse trecho já registrou 111 acidentes e nós já fizemos 579 autuações. Em 2013 foram 3.203. Em um ano e meio temos quase 4 mil autuações em apenas 2 km de BR. É um número absurdo”, avalia Fabrício Loiola, inspetor da Polícia Rodoviária Federal.

A diminuição do número de autuações de 2013 em relação ao ano de 2014 acontece em razão da conscientização dos condutores após a ação da PRF: “Houve uma diminuição no número de autuações porque há uma tendência por parte dos condutores de não repetir a infração, pelo menos no trecho que ela ocorreu”, complementa o inspetor.

Mas apesar da diminuição, o número de acidentes continua alto. “A PRF faz a parte dela, mas precisamos da colaboração de toda a sociedade, tanto das pessoas que respeitam as leis como dos órgãos que cuidam da estrutura das vias”, declara. Grande parte destas autuações e acidentes acontece justamente no balão, que concentra as obras do viaduto.

Os balconistas Gláucio de Araújo, Regina Andrade e William Paiva têm uma visão privilegiada do local e eles confirmam as estatísticas repassadas pela PRF.

Eles trabalham bem em frente à obra do viaduto e confessam já terem presenciado muita coisa. “Já perdi a conta de quantos acidentes eu vi”, relata Regina.

“A confusão aí é o dia inteiro, mas acontece principalmente depois das 17h30”, complementa Gláucio. “Todo dia é fila, e quando tem qualquer batida, fecha completamente o trânsito. Se tivesse alguém da STRANS com um caderno de 20 matérias contando as multas, eles enchiam num instante”, diz William.

Estrutura viária não suporta mais a demanda do fluxo de veículos

O número de infrações e acidentes deste percurso acontece não só pela quantidade de veículos que precisam passar pela BR, mas também pelo tipo de veículos que frequentam a via. Caminhões de carga passam por lá, pois é uma das principais rodovias de circulação econômica da capital.

Somado esse público aos horários de pico em que as pessoas que moram na zona Sul vão e voltam de seus empregos em outras regiões da cidade, o congestionamento é uma consequência da estrutura viária presente no local.

"A estrutura viária não atende a demanda do fluxo de veículos local. Isso acontece por duas razões: uma delas é a quantidade muito elevada de veículos e a outra é o tipo do fluxo.

É que por ali passam muitos veículos de carga, que precisam de mais espaço e tempo pra manobrar. Essa incapacidade da estrutura viária de atender a demanda está gerando acidentes", afirma Fabrício Loiola.

Para melhorar essa estrutura, o inspetor acredita que uma ampliação das vias reduziria o problema: "O canteiro da rotatória da Miguel Rosa é muito extenso, muito largo, dava pra reduzir um pouco dele para aumentar o fluxo de veículos", aponta.

O viaduto também é uma intervenção necessária: "O viaduto é interessante porque não haverá interrupção da BR. Todo ponto onde há cruzamento de vias está mais suscetível a acidentes", diz.

Viaduto promete diminuir o problema - No entorno, as pessoas relatam que a obra está parada ou caminhando a passos vagarosos, e dizem, ainda, que o tapume impede a visibilidade dos motoristas.

A reportagem entrou em contato com o Departamento de Estradas e Rodagens para apurar as informações de maneira mais concreta, mas não obteve sucesso até o fechamento desta edição.

Mas o que se sabe é que os tapumes são uma recomendação técnica, e que são utilizados para evitar acidentes e a entrada de pessoas alheias à obra no local.

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