Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), estimam que o primeiro transplante brasileiro de órgão suíno geneticamente modificado para o ser humano deve ocorrer até 2025.
O procedimento, conhecido como xenotransplante, quando envolve mais de uma espécie, deve encurtar o tempo de espera de pacientes que aguardam por um transplante de coração, rim, pele e córnea e os gastos com tratamento.
INÍCIO DE PESQUISA
Há cinco anos, o professor emérito da Faculdade de Medicina (FM), Silvano Raia, coordena a pesquisa com suínos com a professora do Instituto de Biociências (IB) da USP, Mayana Zatz. O estudo da USP é pioneiro na América Latina.
Estudos internacionais anteriores mostram que a espécie é uma das mais compatíveis com o ser humano devido às semelhanças fisiológicas. A modificação genética pode reduzir consideravelmente os riscos de rejeição dos órgãos.
Um grupo de cientistas de Yale, investigam células que aparentemente mortas de porcos, reviveram. Os pesquisadores dizem que seus objetivos são um dia aumentar a oferta de órgãos humanos para transplante, permitindo que os médicos obtenham órgãos viáveis muito depois da morte.
INVESTIMENTO NA PESQUISA
A USP e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) assinaram, na última sexta-feira (19), uma carta de apoio que prevê investimentos de R$ 10 milhões em pesquisa para o desenvolvimento de órgãos suínos compatíveis para transplante.
Os recursos serão usados para o custeio de atividades, instalação de nível de biossegurança dois (NB2), para a criação de suínos em condições sanitárias adequadas para a produção de órgãos compatíveis.
De acordo com os cientistas, a fase de edição genética já está concluída, o que permite a produção dos primeiros embriões modificados.
Após a conclusão dos estudos, o método precisará passar pela análise e aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).