Uma mulher transexual foi agredida por um grupo de homens após pedir um isqueiro emprestado em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, na noite do último domingo (24). A vítima fez um relato sobre as agressões nas redes sociais e afirmou que os agressores chegaram a quebrar uma cadeira na cabeça dela.
Na publicação, a roteirista Lua Guerreiro conta que voltava para casa com amigos quando um vendedor de uma barraca a destratou após se recusar a emprestar um isqueiro a ela. As agressões verbais logo se tornaram físicas, e um grupo de outros homens se juntaram ao vendedor, dando início à confusão. O episódio aconteceu na Cantareira, uma praça cheia de bares na Zona Sul de Niterói.
A vítima gravou o relato a caminho do Hospital Azevedo Lima, na mesma região, onde afirma ter sofrido mais preconceito de uma enfermeira. A funcionária teria zombado do nome social da vítima e se recusado a chamá-la de Lua. "No Hospital Azevedo Lima, uma enfermeira fez piadas com meu nome social, me tratou no gênero errado e discutiu com minhas amigas que tentaram me defender", escreveu Lua.
A situação continuou durante atendimento na 76ª delegacia, no Centro de Niterói, onde a roteirista tentou prestar depoimento. Lua afirmou ter sido colocada ao lado dos agressores, que continuaram com os xingamentos. Ela contou que nenhum policial foi capaz de encaminhá-la a um local mais reservado. Além disso, a vítima contou que demorou tanto a ser atendida, que decidiu ir embora para escapar daquela situação.
Nesta terça-feira (26), a roteirista deve comparecer à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância para fazer o boletim de ocorrência, já que não conseguiu atendimento na 76ª DP (Niterói). Até as 8h11, a Polícia Civil não havia se manifestado sobre o episódio.
A Secretaria de Estado de Saúde informou que repudia qualquer tipo de intolerância nas suas unidades e que irá apurar com rigor a denúncia e agir de forma exemplar com todos os funcionários envolvidos.