Um grupo de motoristas e entregadores por aplicativo realizou um protesto na manhã desta quinta-feira (5), na zona Leste de Teresina. Os trabalhadores pediram mais segurança e criticaram o aumento indevido no preço dos combustíveis.
O ato teve início na Praça de Fátima e seguiu até a sede do Ministério Público do Estado do Piauí (MPPI). Os participantes promoveram um buzinaço durante o percurso pelas avenidas Nossa Senhora de Fátima e Lindolfo Monteiro.
O protesto foi convocado por entidades representativas dos trabalhadores por aplicativo, incluindo a Cooperativa de Transporte por Aplicativos do Piauí (COOPERTAPP-PI), Associação dos Motoristas Autônomos para Transporte Privado Individual de Passageiros no Piauí e Associação de Entregadores e Delivery (ASSENAPI).
“A nossa manifestação acontece em função de duas situações graves que se somam, a insegurança e o aumento dos combustíveis. Assassinaram um entregador em Timon, cidade vizinha, e se não bastasse a violência, os donos de postos de combustíveis, sem nenhum aviso da Petrobrás, sem nenhuma justificativa, aumentaram o preço da gasolina. Vamos clamar ao poder público um projeto de segurança específico, voltado para a segurança dos trabalhadores”, falou o presidente da Coopertapp, Érico Luiz.
Durante a manifestação, os trabalhadores pediram justiça pela morte do entregador Antônio Filho, de 40 anos, que foi assassinado na noite desta quarta-feira na cidade de Timon (MA).
“Temos que nos unir, nos mobilizar e tentar mudar o que a gente enfrenta hoje. Está faltando política pública para nos dar segurança. Somos assaltados, explorados e não temos garantia de nada”, falou Júlio César Costa, presidente da Assenapi.
Segundo as entidades que representam entregadores e motoristas de passageiros por aplicativo, são cerca de 20 mil pessoas vinculadas a essas funções apenas em Teresina. Francisco Alves, de 49 anos, é um deles. Ele atua como entregador em Teresina desde o ano 2020.
Francisco afirma que não se sente seguro ao sair de casa para trabalhar devido à violência na capital e pela falta de amparo no caso de acidentes por parte de empresas de aplicativo. "Eu já fui assaltado duas vezes na região da Morada do Sol, nas duas vezes levaram tudo e me deixaram só com a moto. A gente vive nas mãos de criminosos, não temos como nos defender e ninguém para fazer isso por nós, não tem câmera ou polícia para nos apoiar nas ruas. Outra questão é o risco de acidentes, fica por nossa conta", falou.
Cade abre investigação para apurar aumento irregular de combustíveis
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) solicitou abertura de uma investigação para apurar se os postos de gasolina aumentaram os preços dos combustíveis de forma coordenada durante o período de transição dos governos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do presidente Lula (PT).
Alguns postos de combustíveis elevaram os valores nas bombas mesmo após o atual presidente assinar uma Medida Provisória que prorrogou por 60 dias a isenção dos impostos PIS/Confins sobre a gasolina e etanol. Para o diesel, biodiesel e gás liquefeito de petróleo (GLP, o gás de cozinha), essa desoneração será até o fim de 2023.