Os trabalhadores da Companhia Energética do São Francisco (Chesf) e da Eletrobras Distribuição Piauí iniciam uma greve por tempo indeterminado na próxima semana. A categoria se reunirá em assembleia na próxima segunda-feira (08) para deliberar a paralisação, após não haver avanço nas negociações realizadas em Brasília, com a direção das empresas, na última quinta-feira (04).
A categoria deveria ter cruzado os braços desde ontem, mas decidiram esperar por essa rodada de negociações em Brasília. No entanto, segundo o presidente do Sindicato dos Urbanitários, Francisco Ferreira, a contraproposta das empresas foi muito tímida. ?Foi uma contraproposta ridícula, que não avançou em nada. Eles não querem atender as reivindicações dos trabalhadores no mínimo possível. O único avanço foi em relação ao abono salarial, mas esse foi muito tímido?, pontuou.
Os servidores querem um reajuste salarial de cerca de 10%, que corresponde à reposição da inflação, acrescido da média do crescimento do consumo de energia elétrica brasileiro observada no país nos últimos 3 anos. ?As empresas ganharam muito nos últimos anos com o aumento no consumo de energia elétrica e tem que compartilhar isso com os trabalhadores. Mas eles alegam que perderam musculatura financeira com os programas do Governo Federal de redução das tarifas. Mas os trabalhadores não podem ser penalizados com isso?, argumentou.
Após a deliberação da greve em assembleia, na segunda-feira, os servidores darão o prazo legal de 72 horas para cruzarem os braços. ?Temos que seguir as questões legais, precisamos avisar a empresa e dá esse prazo de três dias. Mas é bom que eles saibam que não será mais uma "grevezinha" será uma greve grande, em que vai parar tanto a empresa de distribuição, que é a Eletrobras, e a geradora, que é a Chesf?, afirmou. Em todo o Piauí são 1.400 servidores da Eletrobras e 360 da Chesf.
Além de buscar um reajuste salarial, a classe também reclama da ameaça de perda de direitos históricos como o congelamento do Adicional por Tempo de Serviço (ATS), diminuição da gratificação de férias, restrição do pagamento da periculosidade em algumas atividades, ameaça de retirada do adicional por tempo de serviço, dentre outros.