Quase um mês após o terremoto que devastou o Haiti, o governo divulgou novos dados da tragédia. O número de pessoas mortas em consequência da tragédia do dia 12 de janeiro passou de 212 mil para 230 mil, equiparando-se ao saldo da tsunami do Oceano Índico em 2004. O desastre desta vez deixou cerca de 1 milhão de desabrigados, segundo o primeiro-ministro Jean-Max Bellerive. Segundo o governo cerca de 300 mil focaram feridos.
"fizemos o nosso papel lá", diz bombeiro que esteve no haiti
O premier disse que a empobrecida nação caribenha poderia durar de três a quatro anos para que volte ao seu estado anterior ao terremoto e até dez anos para reconstruir as 250 mil casas destruídas pelo tremor de 7 graus de magnitude na escala Richter.
O total de mortos no terremoto do Haiti pode crescer ainda mais, já que muitos corpos ainda não teriam sido contabilizados, segundo a ministra das Comunicações do país, Marie-Laurence Jocelyn Lassegue. O novo total de mortos não inclui corpos enterrados por funerárias privadas em cemitérios privados ou corpos de vítimas enterrados pelas próprias famílias.
O planejamento de albergues e novas casas não avançaram muito e o número de acampamentos estabelecidos espontaneamente em torno da cidade, onde a maioria dos haitianos ainda vive sob lonas plásticas ou savanas, cresceu para quase 500, segundo o premier.
- Ainda estamos em uma situação muito difícil. Ainda não temos uma visão clara de certos problemas sobre como vamos realocar toda esta gente - acrescentou.
sobrevivente montam barracas no centro da capital haitiana, um mês após o tremor - reuters
Segundo funcionários de agências humanitárias, o objetivo é abrigar todos em barracas antes do início das chuvas. Mas os desafios de colocar um grande número de barracas em campos superlotados são grandes. Muitas construções de Porto Príncipe ainda estão em estado crítico, por conta dos danos sofridos com o terremoto. Na terça-feira, um supermercado teria desabado com várias pessoas dentro, possivelmente saqueadores. Acredita-se que havia entre cinco e oito pessoas dentro do prédio, já parcialmente destruído durante o tremor do dia 12.
O Hospital Geral de Porto Príncipe atente incessantemente a pacientes com ferimentos infectados e o número de amputações aumentou de 2 mil para 4 mil, de acordo com a organização Handicap International. A criminalidade também provocou escassez de alimentos e a falta de segurança também deixa vítimas. O americano Santiago Arraffat afirmou que vem tratando de vários baleados.
- As pessoas se atacam a tiros. Brigam por comida. Elas estão desesperadas.