Como "estranhos no ninho", dois belgas amanheceram o dia em uma barraca de camping no meio de torcedores chilenos e argentinos no Terreirão do Samba, área disponibilizada pela prefeitura do Rio de Janeiro para o estacionamento de trailers de estrangeiros durante a Copa do Mundo. Diferentemente dos latinoamericanos em volta, o casal da Bélgica estava sem veículo, mas com igual disposição para aproveitar a festa da Copa do Mundo. A noite foi passada na barraca colocada em cima do cimento, ao lado de uma das principais avenidas do Centro do Rio, a Presidente Vargas.
Depois de desistir de pagar R$ 130 por uma cama em um hostel e de acampar na praia de Copacabana, o belga Antoine Servais, de 25 anos, estava com a namorada no Terreirão, no maior espírito mochileiro. No Brasil há uma semana, ele ainda tenta comprar entradas para o jogo da Bélgica contra a Rússia no Maracanã, domingo, às 13h, e fez elogios à seleção do seu país. "Há tempos que não temos uma equipe tão boa. Mas eles são muito novos, não sabemos exatamente o que esperar. Vamos ver no que vai dar", disse.
O belga disse que não vai arriscar comprar bilhetes perto do estádio, por não achar seguro. "Tenho medo dos ingressos falsos. Vou tentar comprar com belgas que conhecemos pelo Facebook, por U$ 125", disse ele, que conseguiu ver o jogo entre Bélgica e Argélia no estádio em Belo Horizonte.
Para ele, apesar de ser uma viagem cara da Bélgica até o Brasil, ela compensa. "Vale a pena. Pessoas de todo o mundo estão aqui", afirmou.