A tia da criança de um ano e sete meses que morreu no domingo (4), no Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba, após a suspeita de ser agredida pela mãe adotiva, Reilane Gregório, disse que tudo não passou de um "acidente". A mãe, de 27 anos, foi presa em flagrante no hospital e negou as acusações.
"A gente sabe só que ela estava dando banho nele e ele caiu. Ela estava sempre em volta dele, brincando e parecia que ele era o filhinho dela", afirmou Reilane.
Os laudos da causa da morte do menino ainda não saíram, mas os médicos que atendem crianças nesse tipo de situação afirmam que já aprenderam a distinguir marcas dos sinais de violência dos deixados por quedas ou acidentes.
O delegado responsável pelo caso, Fábio Amaro, afirma que ela é responsável ou por ter provocado a lesão, ou por negligência. "Ele tinha responsabilidade na guarda dessa criança e era dever de obrigatoriedade saber o que acontecia com ela e quem teria sido o autor desse espancamento, caso não tenha sido ela", explica o delegado.
Amaro contou também que a criança foi encaminhada a emergência do hospital com traumatismo craniano, sinais de mordidas por todo o corpo e com várias lesões graves, na tarde de quarta-feira (29).
O Conselho Tutelar informou que o processo de adoção durou aproximadamente um ano e que o menino já havia passado pela fase de adaptação com a família e que já estava morando com o casal e outros dois filhos há um mês.
Segundo o delegado, inicialmente a mãe vai responder pelo crime de maus-tratos qualificado e pode cumprir de quatro a doze anos de prisão.
Segundo o Hospital Pequeno Príncipe, somente em 2011 foram realizados 376 atendimentos de crianças com sinais de maus tratos. Segundo o Ministério da Saúde, foram registrados mais de 12 mil casos de violência fisica contra menores de dez anos em todo o Brasil. O aumento é de 14% em relação aos dados de 2010.