A Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta, em relatório, que 1,1 milhão de pessoas morreram de tuberculose em 2014, enquanto que no mesmo período, o HIV/Aids matou 1,2 milhão em todo mundo, incluindo 400 mil pessoas que foram infectadas com as duas doenças. Isso significa que pela primeira vez, as infecções de tuberculose rivalizam com as de HIV/Aids como a principal causa de mortes por doenças infecciosas.
“O que está acontecendo é que a mortalidade relacionada ao HIV está diminuindo. Podemos perceber também que quase metade das mortes registradas pelo relatório da OMS estão relacionadas às duas enfermidades, tuberculose e HIV”, explica Carlos Gilvan, coordenador do programa de Tuberculose da Fundação Municipal de Saúde (FMS) de Teresina.
Em 2014 foram diagnosticados 306 casos de tuberculose em Teresina. Em 2015, até hoje (3), foram diagnosticados 251 casos. “Esses números também indicam os paciente em tratamento. Precisamos continuar chamando a atenção aos pacientes que resistem em tomar a medicação da forma mais indicada, pois somente realizando o tratamento correto a doença terá cura”, afirma Carlos Gilvan.
O relatório da OMS revela informações de 205 países e territórios sobre todos os aspectos da tuberculose, incluindo formas resistentes a medicamentos, pesquisa e financiamento. Entre os estimados, 480 mil casos de tuberculose resistente a medicamentos em 2014 -- uma superbactéria da doença que resiste às duas mais potentes drogas contra a tuberculose-- somente um em quatro foi diagnosticado.
Profissionais de saúde das esferas municipal e estadual organizaram, em setembro deste ano, o fluxo de atendimento de pacientes com tuberculose na rede hospitalar pública.O objetivo foi definir os pontos de atenção da rede municipal de Teresina para atendimento de pacientes com tuberculose e contribuir para organizar o fluxo de atendimento dos pacientes na rede pública estadual.
“Nós definimos como são feitos os encaminhamentos dos casos de tuberculose, tanto da atenção básica em saúde, como da rede hospitalar. Por exemplo, podemos citar os casos que serão encaminhados para o Hospital Infantil Lucídio Portela: avaliação de diagnóstico de tuberculose em menores de 10 anos de idade ou efeitos adversos de BCG e tratamento em menores de 10 anos de idade”, explica Carlos Gilvan.
Segundo o site do Ministério da Saúde, a tuberculose (TB) é uma doença infecciosa e transmissível que afeta prioritariamente os pulmões. A doença é curável. Anualmente são notificados cerca de 6 milhões de novos casos em todo o mundo, levando mais de um milhão de pessoas a óbito. O surgimento da AIDS e o aparecimento de focos de tuberculose resistente aos medicamentos agravam ainda mais esse cenário.
No ano passado, Teresina apresentou 31 casos a cada 100 mil habitantes, um decréscimo em relação a 2013, quando foram 34 a cada 100 mil pessoas. A taxa de cura, por sua vez, está até o momento em 56%, número que pode aumentar uma vez que o tratamento é longo e o sistema de saúde oferece um prazo de 15 meses para que os dados sejam computados.
As metas estabelecidas para 2015 na capital do Piauí incluem conseguir um percentual de cura de 80%, uma taxa de abandono menor ou igual a 8%, uma média de 83% de testagens de HIV para serem realizadas em portadores de tuberculose e realização de cultura em no mínimo 40% dos doentes.