O Ministério Público do Estado do Piauí, por meio do Núcleo de Promotorias de Justiça de Defesa da Mulher Vítima de Violência Doméstica e Familiar (NUPEVID), deu início à terceira edição do “Programa Reeducar: O homem no enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher”.
A iniciativa atua como grupo reflexivo formado por 16 homens que respondem judicialmente por crime de violência contra a mulher. Ao longo de nove meses, os participantes têm contato com reflexões através de palestras com profissionais de diversas áreas, como direito e saúde, sobre questões que dizem respeito ao universo masculino e de desconstrução da cultura machista.
A edição foi aberta com o módulo de apresentação do programa, dinâmica de interação dos participantes e reflexão sobre aspectos sociais das relações de gênero, com a condução das facilitadoras Cynara Veras (psicóloga do Reeducar) e Núbia Caldas (assistente social do MP-PI).
Um dos participantes contou que está ansioso para aprender no programa. “De forma geral, o pensamento de muita gente ainda é preso àquela cultura antiga de que é o homem que manda no lar, que manda na mulher. Eu acho que o homem, tendo mais conhecimento, poderá entender o lado da mulher”, ressalta.
Para a Promotora de Justiça Amparo Paz, coordenadora do Nupevid, essa é uma iniciativa importante para, além de responsabilizar os infratores, também oportunizar a reinserção na sociedade: “Baseado no que está previsto na Lei Maria da Penha, sobre a formação de grupos reflexivos que visem a mudança de comportamento de homens em situação de violência, nós criamos o Reeducar. É uma forma, tanto de responsabilizá-los pelos seus atos, como também de dar a oportunidade de uma reinserção na sociedade com novas atitudes e longe do estereótipo da masculinidade tóxica, que prejudica tanto mulheres quanto homens”, finalizou a promotora.