Um participante da festa universitária que terminou em morte em Bauru (SP), no sábado (28), relata que parte do público se revoltou quando a polícia encerrou o evento. A festa tinha começado às 15h e foi encerrada por volta das 19h, após ter sido confirmada a morte do estudante Humberto Moura Fonseca, de 23 anos. “Falaram no microfone sobre a fatalidade, que o menino tinha falecido e desligaram o som. Aí teve tumulto porque as pessoas que tinham pago caro e entrado há pouco tempo não aceitavam. As pessoas que não conheciam [o rapaz que morreu] não estavam nem aí”, diz o jovem, que preferiu não ser identificado.
Fonseca morreu após ingestão excessiva de álcool. Outras três pessoas foram internadas pelo mesmo motivo. Uma delas, Matheus Pierri Carvalho, estudante de engenharia elétrica, teve alta do hospital na segunda-feira (2). Já a Gabriela Alves Correa, de 23 anos, continua internada no Hospital Estadual no quarto e o estado dela é considerada estável. E a estudante Juliana Tiburcio Gomes, de 19 anos, está no Hospital da Unimed, também no quarto, no entanto, a família não autorizou divulgação de boletins médicos.
A festa, que reuniu universitários de várias repúblicas da cidade, tinha distribuição gratuita de várias bebidas, como cerveja, vodca e pinga já incluídas no valor do convite, que variava entre R$ 28 e R$ 42. Além disso, os estudantes faziam competições para ver quem conseguia beber mais sem cair, chamada de "maratoma".
Segundo o jovem que participou da festa, quando ele chegou ao local já havia pessoas passando mal. “Quando cheguei estava rolando a competição e já tinha gente ruim. Vi uns cinco ou seis sendo carregados. Também vi ele [Fonseca] saindo carregado por duas pessoas até a ambulância, já inconsciente", conta.
Segundo o delegado Kléber Granja, testemunhas afirmam que o estudante bebeu cerca de 30 doses de vodca. Ele foi levado ao pronto-socorro, mas chegou ao local já sem vida. “Vi bastante gente chorando, abalada, em choque. Era uma brincadeira que não era sadia, mas ninugém imaginava que teria essa proporção. Já vi várias festas assim, o pessoal passa mal, toma glicose e melhora. Esta foi extrema, uma fatalidade", lamenta.
O jovem diz que também era possível ver o uso de drogas durante a festa. “Rolava maconha a tarde toda. Nem mesmo quando a polícia chegou eles ficaram inibidos”, conta.
O exame toxicológico que vai apontar se Fonseca consumiu algum outro tipo de substância deve ficar pronto em 30 dias.