Testemunha diz que Daniel morreu por se envolver com mulher casada

Corpo do atleta estava parcialmente degolado e com o pênis cortado

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A Polícia Civil do Paraná ouviu nesta quarta-feira (31) o depoimento de uma testemunha considerada fundamental para elucidar a morte do meia Daniel Corrêa, que foi assassinado aos 24 anos no último sábado, em São José dos Pinhais (PR).

Uma pessoa que estava com o jogador do São Paulo na manhã do crime disse aos investigadores que presenciou o momento em que Daniel foi espancando por quatro homens na casa de uma mulher, onde um grupo de amigos fazia um after party.

De acordo com o advogado da testemunha, seu cliente, que pediu proteção policial temendo represália, conheceu o jogador em uma boate de Curitiba onde todos comemoravam o aniversário de um amigo em comum. À polícia a testemunha afirmou que a motivação do crime foi ciúme, já que Daniel teria se envolvido com a mulher do homicida.

Procurada a assessoria de imprensa da Polícia Civil do Paraná confirmou que a testemunha depôs nesta quarta.

"Eles estavam numa casa noturna e quando acabou, às 5h ou 6h da manhã, foram fazer um after e continuar na casa de uma das meninas", relatou o advogado Jacob Filho, que representa a testemunha. "O Daniel entrou no mesmo Uber que a testemunha e outras três pessoas. Chegaram na casa e ficaram bebendo, conversando. O Daniel sai e passada uma meia hora, mais ou menos, eles escutam 'Socorro, socorro, ajuda!'. Não sabiam o que era e foram ver."

O advogado disse que seu cliente foi ao encontro dos pedidos de socorro e ao chegar a um dos quartos da casa já encontrou o jogador caído no chão. "Quando ele chegou no quarto, o Daniel estava sendo agredido com socos e pontapés, depois chegam mais três pessoas e continuam agredindo. O Daniel pediu 'Não quero morrer, por favor, não quero morrer!'"

Ainda segundo o relato da testemunha, os agressores pegaram uma faca, colocaram o jogador "praticamente desfalecido" no porta malas de um carro e foram embora.

O advogado disse que a testemunha informou à polícia os nomes dos suspeitos. Segundo seu entendimento, a motivação do crime teria sido passional. "O Daniel teria entrado no quarto de uma mulher e a mulher que estava no quarto é a mulher do indivíduo que o matou", afirmou o criminalista Jacob Filho.

A versão da testemunha vai ao encontrou de áudios que circularam durante o fim de semana, nos quais amigos de Daniel dizem que falaram com ele pela última vez no começo da manhã de sábado e que ele teria entrado em um Uber após sair da casa noturna.

O corpo do atleta, que tinha contrato com o São Paulo até o fim do ano e estava emprestado ao São Bento de Sorocaba (SP), foi encontrado no mesmo dia, parcialmente degolado e com o pênis cortado. Na terça-feira, a família do jogador pediu para que cessasse o compartilhamento das fotos do local do crime.

"O golpe de faca a testemunha não viu, mas ela viu a pessoa com a faca na mão, e viu que pisaram na cara dele e chutaram ele", afirmou o advogado. Daniel foi formado na base do Cruzeiro e, depois de muitas lesões, tentava retomar a carreira. Seu corpo foi velado nesta quarta em Conselheiro Lafaiete, onde passou parte da infância.

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