Teste de DNA confirma que homem nos EUA é bisneto de Touro Sentado

O novo método usado pelos pesquisadores permite a análise de linhagens familiares com fragmentos genéticos de pessoas mortas há muito tempo.

bisneto | Reprodução
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Uma amostra de couro cabeludo de Touro Sentado, lendário líder nativo americano do século 19, permitiu que um grupo de cientistas confirmasse que um homem do Estado de Dakota do Sul, nos Estados Unidos, é mesmo bisneto do indígena.

Os cientistas coletaram o DNA de um pequeno trecho do cabelo de Touro Sentado que havia sido armazenado em Washington DC, capital dos EUA. E a análise em laboratório mostrou que Ernie LaPointe, de 73 anos, é mesmo bisneto do líder.

O novo método usado pelos pesquisadores permite a análise de linhagens familiares com fragmentos genéticos de pessoas mortas há muito tempo. Isso abre a perspectiva de encontrar descendentes vivos de outras figuras históricas.

Touro Sentado foi um lendário líder nativo americano do século 19 - Foto: Getty Images

"Acho que essa investigação de DNA é outra maneira de identificar minha relação direta com meu bisavô", disse LaPointe, que tem três irmãs, à agência de notícias Reuters.

"As pessoas questionam o relacionamento que temos com o nosso ancestral desde que me lembro. Esses mesmos indivíduos se incomodam com o lugar que ocupamos — e provavelmente vão duvidar dessas novas descobertas também."

O novo método foi desenvolvido por um grupo liderado pelo geneticista Eske Willerslev, diretor do Centro de GeoGenética da Fundação Lundbeck na Universidade de Cambridge, no Reino Unido. A nova técnica é baseada no que é conhecido como DNA autossômico, que foi extraído nos fragmentos genéticos do cabelo. Os cientistas demoraram 14 anos para aperfeiçoar o método.

Método permite a análise de linhagens familiares de pessoas mortas há muito tempo -  Foto: Alamy

Willerslev disse que era fascinado por Touro Sentado desde a infância, e ofereceu os serviços a LaPointe há cerca de uma década. A mecha do couro cabeludo do lendário líder indígena foi repatriada pelo bisneto em 2007. Ela estava armazenada no Instituto Smithsonian, em Washington.

Porém, antes de entregar o material, LaPointe pediu que Willerslev participasse de uma cerimônia que envolveu um curandeiro e músicos, onde o espírito de Touro Sentado deu sua bênção ao estudo, relatou o cientista à agência de notícias AFP.

LaPointe queimou a maior parte do couro cabeludo — seguindo as instruções dos espíritos do ritual — e deixou aos pesquisadores apenas 4 centímetros do material, o que Willerslev considerou "desastroso" à época. No entanto, isso forçou a equipe de especialistas a desenvolver um novo método, contou o geneticista.

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