O Ministério do Interior do Marrocos relatou um trágico número de mais de 2 mil vítimas fatais após um poderoso terremoto atingir o centro do país. O tremor, com uma magnitude de 6,8, causou pânico, levando as pessoas a se precipitarem para as ruas não apenas em Marrakech, mas também em outras cidades próximas.
Estima-se que cerca de 300 mil residentes de Marrakech tenham sido afetados pelo terremoto, representando aproximadamente um terço da população da cidade. O rei Mohammed 6º anunciou um período de luto nacional de três dias e ordenou a prestação de abrigo, alimentação e assistência adicional às vítimas sobreviventes. Muitas pessoas estão enfrentando uma segunda noite ao relento.
Dezenove minutos após o terremoto principal, uma réplica de magnitude 4,9 foi percebida. Muitas das fatalidades ocorreram em regiões montanhosas de acesso desafiador. Além disso, há um registro de 1.400 indivíduos com ferimentos graves, com a maioria das vítimas localizadas nas províncias ao sul de Marrakech.
Conforme o Ministério do Interior, a província de Al Haouz registra o maior número de óbitos, seguida pela província de Taroudant. Marrakech, apesar de ter sofrido danos consideráveis em sua cidade antiga, classificada como Patrimônio Mundial pela UNESCO, teve um número significativamente menor de fatalidades.
A Embaixada do Brasil em Rabat emitiu um comunicado informando que, até o momento, não há relatos de cidadãos brasileiros mortos ou feridos devido ao terremoto, e eles estão monitorando de perto os acontecimentos. O corpo diplomático no país está operando em regime de plantão e pode ser contatado pelo telefone +212661168181, incluindo o WhatsApp.
O Marrocos já apresentou terremotos significativos no passado, incluindo um em 2004. Há quase duas décadas, um terremoto atingiu a cidade de Al Hoceima, no nordeste do país, causando a trágica perda de 628 vidas. Em 1960, o devastador terremoto de Agadir resultou em um terrível saldo de 12 mil vítimas fatais.
Esses números fornecem uma ideia da escala das possíveis vítimas decorrentes do terremoto ocorrido na última sexta-feira. De acordo com Jonathan Aman, repórter de ciência da BBC News, poucos terremotos de magnitude 6,8 eram esperados para este ano, especialmente não no Marrocos. A maior parte da atividade tectônica nessa região ocorre no Mediterrâneo e em direção à Turquia, que enfrentou um terremoto violento no início deste ano. A surpresa desse evento tem implicações significativas devido à falta de preparação adequada para enfrentar tal cenário.