Teresina ainda apresenta um elevado índice de calazar, doença causada por um protozoário que acomete cães e é transmitida ao homem através da picada de mosquito flebótomo. No Piauí, a doença é conhecida desde 1934, sendo o Estado um dos principais focos da doença no Brasil.
Mas é na capital, Teresina, que se concentra atualmente o maior número de casos da doença. Um estudo, realizado com o apoio da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz), revelou que 2.276 casos humanos (53% em relação ao estado) foram detectados em Teresina de 1991 até o ano de 2005.
Uma incidência média de 26,84 casos para cada 100.000 habitantes e uma taxa de letalidade de 3,34%. Segundo a médica veterinária Diana Alcântara, o calazar em animais não tem cura, mas muitos donos não concordam em sacrificar o bicho de estimação. Tratamentos existem, no entanto, além de serem caros, o procedimento não é aceito pelo Ministério da Saúde.
“O tratamento pode ser feito, mas apenas para dar uma qualidade de vida boa ao animal. Diante disso alguns veterinários fazem tratamento, no qual é para o resto da vida do animal. E sai caro. Mas esse tipo de procedimento não é aceito pelo Ministério da Saúde, pois o animal em tratamento é uma fonte de infecção”, explica a veterinária.
Mas uma alternativa para evitar a proliferação, além da dedetização dos ambientes para combater o mosquito vetor, é o uso de uma coleira que funciona como um repelente ao mosquito. O produto, composto por Deltametrina a 4%, afasta o mosquito do animal e seu efeito dura por até cinco meses.
No último final de semana, uma iniciativa que partiu de um laboratório que fabrica as coleiras em São Paulo beneficiou centenas de cães em Teresina. Mais de 300 coleiras foram distribuídas na capital, beneficiando vários animais.