Cientistas brasileiros encontraram evidências de que a redução da ocorrência da hanseníase está relacionada à melhoria das condições de vida da população, proporcionada pela atenção primária à saúde.
Em vista ao dado, a Fundação Municipal de Saúde (FMS) realiza capacitação de 60 profissionais da Estratégia Saúde da Família (ESF) para que fiquem melhores habilitados no que tange ao diagnóstico e tratamento da hanseníase. A capacitação acontece até esta sexta-feira (24), no Centro Maria Imaculada, zona Norte da capital.
O treinamento acontece em um momento estratégico, pois o Piauí está entre os cinco estados com maior número de pessoas infectadas com a doença, também conhecida como lepra. Foram 817 pessoas diagnosticadas com hanseníase somente em 2014.
O número é aparentemente baixo, mas trata-se de uma das doenças mais antigas que se tem conhecimento, com casos registrados antes mesmo do nascimento de Cristo. Por isso, o Estado se mobiliza para conter a doença entre os mais jovens.
A Sesapi, através do Ministério da Saúde, realiza campanhas educativas nas escolas, onde médicos especializados prestam palestras e fazem a distribuição da Ficha Imagem, documento enviado aos pais ou responsáveis para que eles assinalem as regiões onde a criança possam ter alguma lesão suspeita.
A hanseníase afeta primordialmente a pele, mas pode afetar também os olhos, os nervos periféricos e, eventualmente, outros órgãos. O período de incubação é prolongado, e pode variar de seis meses a seis anos.
Apenas 74,2% piauienses infectados eliminaram a doença. A taxa está abaixo do que é aceitado pelo Ministério da Saúde, que fixou percentual mínimo em 80%. Os homens ainda se infectam mais que as mulheres.
Foram 455 casos em 2014, contra 362 mulheres que contraíram a doença. E nem as crianças estão imunes à doença, já que 59 indivíduos menores de 15 anos foram diagnosticados com hanseníase. A boa notícia é que o número de infectados com a doença caiu pela metade nos últimos 10 anos.
Em 2004, havia cerca de 700 pacientes infectados com a doença em Teresina, mas hoje o número caiu para apenas 391 casos. Em 2014, o índice de cura na capital alcançou a marca de 92%. Deste total, apenas 3% dos pacientes abandonaram o tratamento.