O lixo que vai ao chão, entupindo galerias ou jogando entulho em terrenos baldios, traz ação danosa ao meio ambiente e riscos para a saúde dos habitantes e aumenta os gastos do município. Apesar de existir, o recolhimento do lixo em Teresina vem sendo intensificado a cada ano, diferente de muitas capitais. De acordo com números da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Semduh), é recolhido mensalmente, em Teresina, mais de 17 mil toneladas de lixo. Isso significa que, em um ano, a capital produz 204 mil toneladas de lixo. O município investe por mês R$ 338 mil só coletando 2,4 mil toneladas dos resíduos dispostos nos Pontos de Recolhimento de Resíduos (PRRs). Ao todo, a capital investe R$ 95 milhões por ano na limpeza pública.
As reclamações sobre o descarte irregular do lixo aumentam a cada dia. Basta dar uma olhada na cidade para se deparar com amontoados de lixo jogados a céu aberto, incomodando a população. Apesar disso, a Prefeitura, entre janeiro e dezembro de 2018, já investiu R$ 34 milhões em ações com todos os tipos de coleta: domiciliar, seletiva, PRR, educação ambiental e coletas em áreas de difícil acesso. O investimento com disposição final no aterro sanitário chegou a R$ 11.759.452,48. O monitoramento e conservação urbana (SDUs) tiveram gastos de mais de R$ 49.282.489,90.
A coordenadora de Limpeza Pública da Semduh, Lilian Guimarães, explica que Teresina realiza vários tipos de serviços na coleta de lixo, onde o carro-chefe é a coleta domiciliar, que atende quase que 100% do município. "A coleta domiciliar, de resíduos orgânicos, ocorre três vezes por semana, dependendo de cada zona. A população deve obedecer os horários dos caminhões de coleta para que o lixo seja depositado apenas nos dias determinados, além disso, é proibido e passível de multa a colocação de resíduos fora do horário não acondicionado e em canteiro central de avenidas", afirma.
Os horários da coleta domiciliar em Teresina variam de bairro e ruas, de acordo com a Semduh, há regiões que o horário da coleta inicia, por exemplo, às 7 da manhã, e em outros às 19h. Atualmente, a Prefeitura conta com 33 caminhões coletores, sendo 23 de capacidade de 8T e 10 de 15T, por viagem, circulando por toda a capital nos turnos manhã, tarde e noite, de segunda a sábado, recolhendo os resíduos domiciliares e transportando-os até o aterro controlado da cidade. A orientação é que a população coloque o lixo para o recolhimento no horário mais próximo da passagem do veículo, evitando que animais ou terceiros possam espalhá-los.
A Prefeitura disponibiliza pontos de recolhimento de lixo com o intuito de manter a cidade limpa, mas muitos teresinenses acabam jogando em qualquer lugar. A coleta seletiva com implantação de 35 Pontos de Recolhimento de Resíduos (PPR) - que são grandes contêineres localizados em pontos estratégicos - é o local apropriado onde podem ser depositados resíduos de construção e demolição, restos de podas de árvores, resíduos de capina e varrição, móveis usados. Não é permitido nos PPR o lixo domiciliar, animais mortos, lixo hospitalar, pilhas, lâmpadas, aparelhos eletrônicos e lixo industrial. "O limite máximo permitido para cada munícipe é de até um metro cúbico por munícipe. Em caso de exceder o limite permitido de descarte, a pessoa deve contratar uma empresa para transportar esse resíduo para o aterro, de acordo com as normas da Semduh", observa Lilian.
Material coletado é doado a cooperativas
A população pode separar papel, plástico, metal e vidro para levá-los em um dos 15 Postos de Entrega Voluntária (PEV) distribuídos pela capital. O material coletado é doado para cooperativas de catadores de material reciclável que garantem sua renda vendendo esse material para empresas que realizam o processo de reciclagem. O material reciclável pode ser distribuído em pontos estratégicos com grande movimentação de pessoas, como praças, ou de fácil estacionamento. O lixo doméstico separado em casa - plástico, papel, vidro e metal - pode ser descartado nesses pontos. "Os pontos de coleta desse tipo de resíduos funcionam diariamente e possuem agentes ambientais. A população pode depositar voluntariamente esse descarte, que é ambientalmente correto".
A Prefeitura dispõe de equipes que recolhem o lixo reciclável em condomínios e empresas, órgãos públicos. O serviço de coleta seletiva deve ser solicitado na Semduh. São coletados, em média, 64 toneladas por mês de resíduos reaproveitáveis.
Outro serviço destinado à limpeza da cidade está na varrição e capina. Para a coordenadora de limpeza, o descarte irregular em terrenos abandonados também é um absurdo. "Os serviços de cuidado e preservação urbana da cidade são de competências das Superintendência de Desenvolvimento Urbano (SDUs). Caso a população queira fazer a solicitação de mais esse tipo de serviço, deve solicitar junto à SDU de cada área", reforçou.
Fiscalização
Os trabalhos da equipe de fiscalização são executados durante todos os dias da semana, nos turnos manhã e tarde, e em zonas alternadas, com o intuito de coibir o surgimento de lixões na cidade e sensibilizar a população do seu dever em garantir uma destinação correta para os resíduos que produz. As multas do Programa Lixo Zero vão de R$ 340,70 a R$ 3.407,05. Para coibir essa prática dos “sujões”, a população também pode denunciar o descarte incorreto de lixo domiciliar ou materiais sólidos pelos números (86)3215 7465, (86) 99806 6171 (Lixo Zero) ou por meio do aplicativo Colab, que fornece ao cidadão a possibilidade de acrescentar imagens e local da infração.