Teresina desperdiça 56% da água produzida

Vazamentos, estrutura deficitária e gatos são os responsáveis pelo problema. Águas de Teresina investiu R$ 20 milhões em 2018 e deve investir outros R$ 30 milhões em 2019.

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Teresina desperdiça 158,7 milhões dos 285,2 milhões de litros d’água produzidos todos os dias para o abastecimento da capital. O dado preocupante mostra que mais da metade vai pelo ralo do prejuízo: 56%. Somente em um mês, a capital concentra até 5,5 mil vazamentos.

Crédito: Raíssa Morais

Isso resulta em falta d’água, sobretudo em áreas mais distantes dos centros de produção. Como no bairro Porto do Centro, zona Leste de Teresina. A região é afetada por este problema e mais de 3 mil domicílios devem receber a troca do hidrômetro. “O meu já trocaram, mas todo dia falta água. Depois que a Águas de Teresina assumiu, melhorou. Mas ainda falta, espero que corrijam”, conta Expedito Pereira, morador da região.

No caso do Porto do Centro, uma força-tarefa da empresa está na região fazendo o que chamam de “arrastão” dos vazamentos. “Este é um indicador, de 56%, é muito preocupante. Afeta o usuário e quem opera o serviço. Precisamos produzir muito mais água que o necessário para atender a população. Em alguns pontos temos um índice de perda muito grande, o que ocorre é a falta d’água em áreas mais altas. Perda é sinônimo de ineficiência”, explica Diogo Mochão, gerente de serviços da Águas de Teresina.

Crédito: Raíssa Morais

A Águas de Teresina investiu R$ 20 milhões em 2018 para corrigir estes problemas. Para 2019, a expectativa é que o número salte para R$ 30 milhões com o objetivo de reduzir, ainda mais, esse desperdício. “A companhia se preocupa com isso, até por uma questão de sustentabilidade. Temos um plano de que em 10 anos queremos chegar a 25% de perdas. Essas ações são diversas e planejadas. Hoje nós já atuamos com ações para renovar o sistema de distribuição de água, como a troca de ramais, redes e válvulas. Controle de pressão”, acrescenta Diogo.

Os “gatos” também contribuem para a perda d’água. “Mas não existem apenas perdas físicas, de vazamento no meio da rua. Existem as perdas aparentes. Que são relacionadas à regularidade, como desvio de água. Os chamados gatos. Nós temos ações por esse lado para caçar e localizar essas irregularidades. Queremos substituir os medidores d’água”, aponta o gerente de serviços da Águas de Teresina.

Crédito: Raíssa Morais

Muitos investimentos ainda devem ocorrer. “Nós atuamos nem sobre 15% do que precisa ser atuado ainda. Muitas ações estão por vir. Temos 5,5 mil vazamentos por mês. Comparando com Campo Grande, seria no máximo 2,5 mil. Temos o dobro do que teríamos em um sistema eficiente”, finaliza Diogo Mochão.

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