Sobe para 10 o número de mortos vítimas do temporal no Rio de Janeiro

O município está em estágio de crise - o mais alto em uma escala de três - desde as 20h55

Carros 'boiando' na rua Jardim Botânico, Zona Sul do Rio | Foto: Reprodução/Redes Sociais
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Atualizada às 18h14

O número acaba de subir para 10. Depois de um corpo ser resgatado no morro da Babilônia, na Zona Sul, o Corpo de Bombeiros confirmou que um outro morador morreu afogado em Santa Cruz, na Zona Oeste.

Lúcia Neves, Júlia Neves e Marcelo Tavares Marcelino

Os três corpos foram encontrados dentro do táxi na Avenida Carlos Peixoto, que fica entre Copacabana e Botafogo: o taxista, a avó, de 63 anos, e a neta, de 6 anos.

Lúcia Xavier Sarmento Neves e Júlia Neves Aché, avó e neta que eram procuradas desde a noite desta a noite desta segunda-feira (8) quando informaram que estavam deixando o shopping. Elas pegaram o táxi de Marcelo Tavares Marcelino. As informações foram divulgadas pela GloboNews.

Avó e neta estavam em uma festa de aniversário no Rio Sul e pegaram o táxi para ir até Copacabana. O veículo acabou soterrado. Os trabalhos de buscas começaram no final da manhã e chegaram a ser interrompidos pelo Corpo de Bombeiros por risco de deslizamentos na encosta.

Familiares de Lúcia e da menina Júlia Neves deixaram o local muito emocionados. A mulher do taxista Marcelo Tavares também estava no local chorando muito.

Wilton Junior/Estadão Conteúdo 

Leandro Pereira Ramos, 40 anos

O vendedor Leandro Pereira Ramos morreu eletrocutado em Santa Cruz, na Zona Oeste. Ele limpava o ralo de sua casa quando levou o choque, segundo parentes.

Leandro morava sozinho. A namorada e a cunhada estavam na residência na hora do incidente. Ele chegou a cair, se levantou e foi levado a Unidade de Pronto Atendimento do Cesarão, onde morreu. A cunhada também sofreu uma descarga elétrica, mas sobreviveu.

Guilherme N. Fontes, 30 anos

O corpo de um homem foi achado na Gávea, Zona Sul, e identificado pelo Corpo de Bombeiros como o de Guilherme N. Fontes, de 30 anos. A causa da morte não foi divulgada.

Testemunhas relataram que ele caiu de moto e acabou morrendo afogado, ao ser arrastado pela Avenida Marquês de São Vicente e ficar preso debaixo de um carro.

Segundo o jornal "Extra", Guilherme era sushiman e fez aniversário na última quinta-feira. Ele aproveitava a folga para celebrar a data.

Deslizamento de terra no Morro da Babilônia, no Leme, no Rio de Janeiro (RJ), deixa dois mortos na madrugada desta terça-feira (9). A tempestade que caiu no Rio de Janeiro na noite desta segunda-feira (8) deixou três mortos: um homem na Gávea e duas irmãs no Leme. A terça-feira (9) começou com mais chuva — Foto: JOSE LUCENA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Gerlaine do Nascimento, 53 anos e Doralice do Nascimento, 55 anos

As irmãs morreram soterradas no alto do morro Morro da Babilônia, no Leme, Zona sul do Rio. As sirenes da Defesa Civil não foram acionadas na região. A informação foi confirmada pelo prefeito Marcelo Crivella na manhã desta terça.

Gerlaine do Nascimento, de 53 anos, foi encontrada morta. Doralice do Nascimento, de 55 anos, chegou a ser resgatada por moradores e foi levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Copacabana, mas não resistiu.

Gilson

O corpo de um rapaz identificado como Gilson foi encontrado no Morro da Babilônia. Ele teria tentado ajudar as irmãs Gerlaine e Doralice, mortas na mesma comunidade.

Reginaldo Exidro da Silva

No bairro de Antares, em Santa Cruz, Zona Oeste do Rio, foi encontrado o corpo de Reginaldo Exidro da Silva. Ele morreu afogado e só foi encontrado por moradores.

Homem não identificado

No bairro do Jardim Maravilha, em Campo Grande, Zona Oeste do Rio, o corpo de um homem foi recolhido da enchente por volta de 16h30. A vítima não foi identificada.

Atualizada às 16h43

A tempestade que caiu no Rio de Janeiro na noite desta segunda-feira (8) deixou oito mortos. A terça-feira (9) começou com mais chuva. Às 5h20, pancadas moderadas atingiam toda a cidade.

O município está em estágio de crise - o mais alto em uma escala de três - desde as 20h55. A recomendação é para evitar deslocamentos. A rede municipal de ensino e algumas unidades particulares não vão funcionar.

A Avenida Niemeyer e o Alto da Boa Vista amanheceram interditados por quedas de barreira.

Por volta das 16h05, bombeiros começaram a retirar os corpos da encosta próxima à Avenida Carlos Peixoto, onde foram encontrados os corpos de um taxista, uma mulher e uma criança.

Mortes no Leme

No início da madrugada, um deslizamento de terra atingiu o Morro da Babilônia, no Leme, matando duas irmãs, que eram vizinhas.

Havia a informação preliminar de que crianças tinham sido soterradas. A TV Globo apurou que não havia crianças - duas mulheres foram retiradas do lamaçal. Outras duas pessoas foram feridas, e um homem está desaparecido.

Os volumes registrados entre o fim da tarde de segunda e o início da manhã de terça superam os índices pluviométricos do temporal de 6 e 7 de fevereiro, quando seis pessoas morreram. No Jardim Botânico, por exemplo, caiu o dobro de água.

Resumo do temporal

1 morte na Gávea; 2 mortes no Morro da Babilônia, no Leme; 3 mortos em Botafogo e 1 morte em Santa Cruz

1 desaparecido no Leme

45 sirenes acionadas em 26 comunidades

Rio entrou em estágio de crise às 20h55

Barra/Barrinha foi onde mais choveu

Aulas suspensas na rede municipal nesta terça

Mais um trecho da Ciclovia Tim Maia desabou, e Av. Niemeyer foi interditada

Bombeiros usaram barcos para resgatar crianças no Jd. Botânico

Estágio de crise

A cidade entrou em estágio de atenção às 18h35 de segunda. Às 20h55, passou para o estágio de crise — o mais grave de três níveis de risco, segundo o Alerta Rio, sistema da prefeitura.

Em quatro horas, choveu mais no Rio do que nos dias 6 e 7 de fevereiro, quando seis pessoas morreram em consequência do temporal. Trinta e nove sirenes foram acionadas em pelo menos 20 comunidades. Não há informação sobre feridos. A Defesa Civil informou que foram feitas mais de 1,7 mil ocorrências.

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê mais chuvas fortes com trovoadas até as 10h desta terça. A prefeitura recomenda que a população somente se desloque "em caso de extrema necessidade".

 Carros arrastados pela chuva na rua Pacheco Leão, no Jardim Botânico — Foto: Reprodução/Redes Sociais 

Aulas suspensas

Devido aos estragos, que provocam dificuldade de deslocamento, além do risco de mais chuva, a prefeitura determinou o cancelamento das aulas nas escolas municipais. Até o início da madrugada, não havia informação sobre o ensino estadual.

Escolas particulares e universidades, como a PUC-Rio, também divulgaram que não terão aulas.

Niemeyer fechada

Em entrevista à TV Globo, o prefeito Marcelo Crivella disse que a chuva foi "atípica" e a Zona Sul foi a região mais atingida. O prefeito, que se reuniu com secretários no Centro de Operações, disse que órgãos da prefeitura vão atuar durante toda a madrugada liberar as regiões com maiores problemas.

Crivella pediu ainda que a população evite ir até a Zona Sul da cidade nesta terça. O prefeito informou ainda que a Avenida Niemeyer, fechada após o temporal e a queda de novo trecho da ciclovia, deve seguir interditada.

Ciclovia desaba de novo

Por volta das 22h, um trecho da ciclovia Tim Maia caiu. Foi o quarto desabamento desde que ela foi inaugurada, em 2016. No primeiro, em abril do mesmo ano, duas pessoas morreram quando uma onda destruiu a via durante uma ressaca.

Em fevereiro do ano passado, em outro trecho, próximo ao túnel que liga São Conrado à Barra, também houve um desabamento. Em fevereiro deste ano, outra queda parcial, desta vez sem vítimas, durante outro temporal no Rio.

A queda desta segunda ocorreu quando a Avenida Niemeyer já estava fechada devido ao risco de deslizamentos. O procedimento tem sido realizado desde que duas pessoas morreram na via no temporal de 7 de fevereiro.

Recomendações Av. Maracanã, na Zona Norte, em frente ao Shopping Tijuca — Foto: Reprodução Redes Sociais 

O estágio de crise é o terceiro nível em uma escala de três e significa "previsão de chuva forte, ocasionalmente muito forte nas próximas horas, podendo causar múltiplos alagamentos e deslizamentos, e transtornos generalizados em uma ou mais regiões da cidade". Nesta situação as equipes emergenciais da Prefeitura já estão atuando.

A prefeitura recomenda que a população tome as seguintes ações preventivas:

Os habitantes das áreas de risco devem se deslocar imediatamente para locais seguros

Os moradores de áreas de encostas devem ficar atentos para indícios de ameaças de deslizamentos e estarem preparados para se deslocarem para locais seguros

As pessoas que estiverem em locais seguros devem permanecer nestes locais até o cancelamento do alerta

As vias urbanas que atravessam os maciços montanhosos da cidade e as áreas inundáveis devem ser evitadas

Evite transitar em áreas alagadas e próximas a córregos, canais e rios sujeitos a transbordamentos

Em casos de ventos fortes e/ou chuvas com descargas elétricas, evite ficar próximo a árvores, redes de distribuição de energia elétrica ou em áreas descampadas

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