O comandante Gregório Mendes, que voa há mais de 25 anos, concedeu entrevista ao apresentador Silas Freire no programa ?Agora?, na Rede Meio Norte, na tarde desta quarta feira (07). Ele falou sobre as circunstâncias do acidente com o monomotor EMB 711C Corisco, que vitimou fatalmente na manhã de ontem o conselheiro do TCE e ex deputado Xavier Neto, o também conselheiro Jaime Amorim e o piloto Edvaldo Pereira. Segundo o aviador, o mau tempo pode ter interferido para que a aeronave se acidentasse.
Gregório afirmou que passou pela região do desastre cerca de uma hora depois do ocorrido, durante um voo para a cidade de Bom Jesus, no sul do estado. Ele deu detalhes das condições que encontrou durante o voo.
?Passei um pouco à direita da localidade em que o avião caiu, e digo que o tempo estava ruim naquela região. Tive, inclusive, que efetuar vários desvios para evitar formações meteorológicas?, disse o piloto, ressaltando que a região é de serras e requer um cuidado especial dos pilotos que por lá voam.
?Creio que ele (Edvaldo Buik) tivesse conhecimento da região. O piloto da aeronave tinha experiência de anos. No entanto, um acidente aéreo pode ter diversos fatores, como uma falha mecânica, falha humana, e condições meteorológicas?, disse Mendes.
Questionado pelos telespectadores quanto à segurança de aeronaves monomotoras, o comandante Gregório respondeu que, por tratar-se de aviões que possuem um só motor, requerem um cuidado muito maior por parte de quem as opera. ?No caso de aeronaves multimotor (com mais de um motor), se o piloto perde um dos motores, o outro que ainda está em funcionamento pode fazer com que ele possa procurar um local para o pouso. Isso não acontece nos monomotores. Por esse motivo, aviões de um motor só geralmente fazem com que o piloto voe de forma muito mais cuidadosa, favorecendo a segurança?, argumentou.
O piloto ressaltou também que, se mal operado, um bimotor pode ser mais ?agressivo? que um mono, comprometendo a segurança.
Quanto à especulação de que o Corisco acidentado na manhã de terça poderia estar carregando um galão com gasolina de aviação para reabastecimento da aeronave, Gregório afirmou não ter conhecimento do fato. ?Isso não foi confirmado. No entanto, uma prática como essa vai contra a doutrina de segurança de voo. É como carregar uma bomba?.