As temperaturas médias do ar no Brasil ficaram acima da média histórica nos meses de julho a outubro, conforme levantamento realizado pelo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Nos últimos meses, o órgão realizou uma análise meteorológica específica para o país utilizando dados dos registros das estações meteorológicas do Inmet espalhadas por todo o território nacional.
A temperatura média representa a média das temperaturas registradas em um determinado período de tempo em uma determinada região. Dentre os quatro meses consecutivos mais quentes deste ano, setembro apresentou o maior desvio (diferença entre o valor registrado e a média histórica) desde 1961, com 1,6ºC acima da climatologia de 1991/2020 (média histórica).
Em 2023, os meses citados foram marcados por calor extremo em grande parte do País e eventos de onda de calor, reflexo dos impactos do fenômeno El Niño, o aquecimento acima da média das águas do Oceano Pacífico Equatorial, que tende a favorecer o aumento da temperatura em várias regiões do planeta.
De acordo com o Inmet, outros fatores têm contribuído para a ocorrência de eventos cada vez mais extremos, como o aumento da temperatura global da superfície terrestre e dos oceanos. O instituto ainda afirma que o cenário indica que o ano de 2023 será o mais quente desde a década 60.
Estes resultados corroboram com as perspectivas encontradas por outros órgãos de meteorologia internacional, pois, segundo pesquisadores do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus da União Europeia, é improvável que os dois últimos meses deste ano revertam este recorde, tendo em vista que a tendência é de altas temperaturas em todo o mundo até novembro.
El Niño deve durar até abril, e 2024 poderá ser mais quente, prevê ONU
O fenômeno climático El Niño está previsto para persistir até, pelo menos, abril de 2024, conforme a mais recente atualização divulgada pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) nesta quarta-feira, 8 de novembro. Conforme informado pela agência da ONU, o El Niño teve um desenvolvimento rápido ao longo de 2023 e pode alcançar seu ponto mais intenso no primeiro semestre do próximo ano.