O presidente Michel Temer se reuniu com caciques do PMDB na noite do último sábado e traçou os próximos passos do que chamou de ofensivas jurídica e política para tentar conter a crise envolvendo sua permanência na Presidência da República. Temer disse a aliados que “não sai” do cargo e que vai “resistir”. Com um comportamento mais firme e exaltado do que o habitual, segundo aliados, Temer avisou que tomará todas as medidas jurídicas e políticas a seu alcance, inclusive com recursos ao próprio Judiciário, em caso de decisão desfavorável no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
— Não saio da Presidência. Vou resistir e endurecer (no discurso) mais do que já endureci. E vou entrar com recurso até o fim (ao falar sobre um desfecho desfavorável no TSE) — disse Temer, de acordo com aliados que estiveram com ele no Jaburu.
A primeira parte da estratégia neste domingo foi aumentar o peso de Torquato Jardim dentro da Esplanada. Ex-ministro do TSE, Torquato tem grande respaldo junto aos Tribunais. No plano político, avisou a Sarney e ao presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), que quer ver resolvida a questão do líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), até esta terça-feira, quando a bancada do partido se reúne. Num gesto para constranger Renan, Temer viajou para Alagoas, estado governado por Renan Filho.
No caso de eleição indireta, são 594 parlamentares a escolher um presidente. E o presidente do Congresso, senador Eunício Oliveira, é que comandaria o processo. Por isso, Eunício e o PMDB têm adotado o discurso de que são favoráveis a uma “agenda do país” e não uma agenda de Temer. A ordem é repetir a enxurrada de votações nesta semana que começa.
No sábado, Temer ainda almoçou com três ministros do PSDB: Antônio Imbassahy (Secretaria de Governo); Bruno Araújo (Cidades); e Aloysio Nunes Ferreira (Relações Exteriores).