A Wikipedia, enciclopédia online colaborativa, está perdendo colaboradores, de acordo com Jimmy Wales, fundador da entidade que a mantém. Wales disse à Associated Press durante a conferência anual da Wikipedia, realizada em Israel, que a entidade está trabalhando para simplificar os procedimentos de edição de artigos para reter os atuais colaboradores.
"Não estamos reabastecendo nosso quadro de colaboradores", disse Wales. "Não é uma crise, mas eu considero que seja algo importante." Os admistradores do quinto site mais acessado do mundo tentam simplificar a forma como os usuários contribuem e editam materiais. "Diversas diretrizes editoriais são impenetráveis para os novos usuários", disse Wales.
A Wikipedia tem mais de 3 milhões de publicações, mas tem sido marcada por textos subjetivos e brincadeiras. Apesar disso, o site cita estudos que analisam a acurácia dos artigos publicados no site favoravelmente em relação às enciclopédias tradicionais, enquanto alguns outros estudos classificam sua qualidade com notas baixas.
Wales afirma que o perfil típico do colaborador da Wikipedia é de um homem de 26 anos que depois se casa e acaba deixando de contribuir com o site. Outros colaboradores abandonam a Wikipedia, segundo ele, porque há poucos tópicos para escrever artigos após 10 anos da fundação do site.
Em março de 2011, a Wikipedia registrava cerca de 90 mil colaboradores ativos. O objetivo é conseguir mais 5 mil até junho de 2012, de acordo com Sue Gardner, diretora executiva da entidade que mantém a Wikipedia. Uma das estratégias é expandir um programa que encoraja professores universitários para atribuir artigos da Wikipedia como tarefas para seus alunos, principalmente em países como Alemanha, Brasil, Canadá, Índia e Grã-Bretanha.
Além disso, o site recentemente lançou um botão chamado WikiLove, que pretende manter os colaboradores engajados. Os visitantes do site clicam em um botão - que pode ser customizado pelo colaborador - e enviar uma mensagem ou elogio ao colaborador para encorajá-lo a continuar escrevendo. "É como o botão Curtir do Facebook", diz Wales.