Drone, o robô espião, já é vendido no Brasil; confira se vale a pena

A procura pelo produto também tem sido grande nas buscas pela web

Câmera fotográfica profissional instalada em um drone | Reprodução/Mercado Livre
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Os drones vêm tomando conta do espaço brasileiro e atraindo a curiosidade de muitas pessoas. Por isso, a procura pelo produto também tem sido grande nas buscas pela web. Mas vale a pena comprar um drone? Seu uso ainda carece de regulamentação pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), pois o veículo aéreo não tripulado pode apresentar falhas técnicas, colocando a segurança de transeuntes em risco, ser uma ameaça à privacidade e até uma arma de guerra. Quais são, então, os benefícios de adquirir um desses robôs?

Os drones podem oferece inúmeras utilidades, até mesmo para atividades simples, como tirar fotografias. Com o aparelho, é possível registrar imagens sob uma perspectiva diferente e artística ou realizar uma filmagem panorâmica. O recurso também já é ferramenta de auxílio em transmissões jornalísticas. Cineastas e fotógrafos podem se interessar bastante pela tecnologia. E já tem gente usando o veículo para essa finalidade. Existe, inclusive, uma espécie de Instagram pela Internet para compartilhar fotos tiradas por drones, chamado de "Dronestagram".

Da mesma forma que um aeromodelo assim pode ser usado para o lazer, drones também podem servir para espionagem sem o seu consentimento, invadindo o espaço aéreo. Por esse motivo, governos e entidades estão criando regras para evitar que crimes ocorram com o equipamento.

Os robôs também podem ser utilizados pelo setor militar, sendo equipados com armas letais, como metralhadoras, explosivos e mísseis para fazer o trabalho sujo de um exército em campo de guerra. Ele se torna, basicamente, um avião de controle remoto que pode ser usado em conflitos, colocando a vida das pessoas em risco. O artista e ativista James Bridle, por exemplo, que escreve para o jornal britânico The Guardian, publica, em seu site pessoal, fotos obtidas pelo Google Maps Satellite, revelando locais atacados por drones.

Outra serventia comum para o robô tem sido testada pelo comércio. Desde o fim de 2013, a Amazon, empresa varejista digital, estuda fazer entregas por meio de drones. Esse recurso é útil tanto no meio empresarial quanto para pessoas que desejam utilizar os robôs voadores para entregas remotas.

O problema é que a Federal Aviation Administration (FAA), nos Estados Unidos, baniu o uso comercial de drones até 2015. E isso se aplica ao negócio da Amazon. Por enquanto, a atividade está liberada aos americanos apenas para fins recreativos, como registrar vídeos e fotografias.

E no Brasil?

A Anac pretende realizar uma audiência pública ainda no segundo semestre de 2014, mas as discussões técnicas já estão ocorrendo há um tempo. A agência tem dedicado atenção ao tema desde 2011, quando o Departamento de Polícia Federal adquiriu o primeiro equipamento no país, mas os trabalhos para a construção da regulamentação foram iniciados somente em 2013. No projeto para regularizar o uso de drones, as Aeronaves Remotamente Tripuladas (RPAs), como são chamadas pela agência, deverão ser cadastradas ou registradas na Anac, de acordo com o peso e com o alcance de altura.

Acidentes possíveis e proibições

Se o operador não cumprir as regras da Anac ou utilizar um drone de grande porte sem a correta permissão, a entidade tem direito de confiscar o equipamento, ainda mais se ele não apresentar a autorização da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para funcionar no país. É proibido o transporte de cargas pesadas, perigosas ou animais, por drones. Direção negligente dos modelos também não é permitida, uma vez que os veículos podem bater em propriedades públicas ou privadas, além de causar danos para pessoas.

A Anac ainda flexibiliza, na proposta de regulamentação, a comercialização de drones abaixo de 25 kg com voo baixo, legalizando a venda para amadores cadastrados, mas faz orientações importantes para que regras não sejam desrespeitadas. Recomenda-se voo em região pouco habitada ou movimentada, para evitar imprevistos com os aparelhos. As orientações discutidas pela agência podem ser alteradas após a audiência pública, agendada para a segunda metade deste ano.

Além disso, a entidade frisa que os drones devem ser controlados por engenheiros, pilotos e especialistas, tanto da indústria de veículos remotamente tripulados quanto da aviação civil. Não é aconselhado o uso de um equipamento desses por um amador ou por alguém que não recebeu o treinamento correto.

Manutenção de drones no Brasil

A Anac recomenda que os consumidores de drones procurem assistência técnica do próprio fabricante do aparelho ou de oficinas credenciadas por ele, que passem pela Inspeção Anual de Manutenção (IAM). Como o uso de drones ainda será avaliado em audiência para aprovação de uma Resolução Normativa, e a maioria dos produtos é importado, não há assistência direta dos fabricantes no Brasil.

Algumas lojas prometem consertar máquinas de empresas, como Dji e Cinemax, dois dos principais produtores de drones. Mas nenhuma delas é credenciada. Isso pode mudar com a maior comercialização do produto no Brasil. A baixa presença deste se reflete na alta variação de seu preço em nosso país, de R$ 750 até R$ 36 mil.

Possível conclusão

A redução de preço dos drones no Brasil ainda é uma realidade distante, mas a tecnologia está em vias de ser regulamentada em breve. Os riscos estão sob análise, principalmente nos Estados Unidos, onde esse tipo de veículo já é projeto do setor militar e pode se tornar um veículo de entregas de empresas como a Amazon. A situação dos drones no Brasil pode melhorar dentro de alguns meses, principalmente na área técnica, apesar de o aparelho já estar disponível para compra no país.

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