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Telegram, avaliado em US$ 30 bilhões, tem apenas 30 funcionários e nenhum setor de RH

O fundador Pavel Durov afirmou, em entrevista recente, ser o único gestor de produto do Telegram e orgulhar-se de empregar “cerca de 30 engenheiros”

Telegram | Foto: Imagem de Pixabay/Vika_Glitter
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No mundo acelerado da tecnologia, onde grandes empresas contam com milhares de funcionários para manter as suas operações, o Telegram se destaca por uma estrutura extremamente enxuta.
Fundada por Pavel Durov, a plataforma de mensagens e rede social é mantida por apenas 30 engenheiros e não possui departamento de Recursos Humanos (RH). A revelação levanta questões sobre eficiência, segurança e sustentabilidade dessa abordagem minimalista.

👨‍💻 Pavel Durov e a filosofia da eficiência extrema

O fundador Pavel Durov afirmou, em entrevista recente, ser o único gestor de produto do Telegram e orgulhar-se de empregar “cerca de 30 engenheiros”. Segundo ele, a equipe é “super eficiente”, mas essa eficiência tem um custo elevado, especialmente em segurança e gestão de riscos.

A segurança é uma preocupação central para qualquer plataforma de mensagens, e o Telegram não é exceção. A empresa é criticada por não ativar a encriptação de ponta a ponta por padrão e por utilizar um algoritmo proprietário. Além disso, os servidores localizados nos Emirados Árabes Unidos levantam dúvidas sobre privacidade e proteção de dados.

🔐 Especialistas apontam riscos à segurança

A revelação provocou reações negativas de especialistas em cibersegurança. Eva Galperin, diretora de Cibersegurança da Electronic Frontier Foundation (EFF), alertou que a situação pode estimular ataques cibernéticos.

“Se eu fosse um ator malicioso, consideraria esta notícia encorajadora.
Todo atacante adora um oponente profundamente subdimensionado e sobrecarregado”,
afirmou Galperin.

⚖️ Ausência de estrutura legal e de moderação preocupa

Outro ponto crítico é a falta de infraestrutura para lidar com questões legais e moderação de conteúdo. Com apenas trinta engenheiros, o Telegram não dispõe de pessoal suficiente para responder a pedidos judiciais, gerir abusos ou moderar publicações.

“Trinta engenheiros significa que não há ninguém para lutar contra pedidos legais,
nem infraestrutura para lidar com abusos e questões de moderação de conteúdo”,
acrescentou Galperin.

 ⚠️ Eficiência mínima, riscos máximos

A abordagem minimalista de Durov pode parecer eficiente no curto prazo, mas gera preocupações sobre a sustentabilidade a longo prazo. A ausência de departamentos de RH, jurídico e segurança expõe a empresa a riscos operacionais, jurídicos e de reputação. Sem uma equipe dedicada à moderação, a plataforma também fica vulnerável a abusos e desinformação.

🌐 Ceticismo na comunidade tecnológica

A comunidade tecnológica observa a postura de Durov com ceticismo. Enquanto alguns veem a iniciativa como uma tentativa de “eliminar o desnecessário”, outros alertam para as implicações legais e de segurança desse modelo. A ausência de uma estrutura robusta de governança e proteção de dados pode, no futuro, voltar-se contra a empresa e seu fundador.

📊 Equilíbrio entre eficiência e segurança

O Telegram é um caso singular de minimalismo operacional no setor tecnológico. Porém, a eficiência de uma equipe enxuta precisa ser equilibrada com a segurança, gestão de riscos e sustentabilidade a longo prazo. Manter uma plataforma global com apenas 30 engenheiros e sem RH é um feito impressionante — mas também um alerta sobre os limites da eficiência extrema.

(Com informações do Techradar)

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