A nuvem computacional pode revolucionar o jeito de ser ver televisão. A opinião é do diretor de mídia para América Latina da Ericsson, Christian Frenza, que afirmou ainda que o futuro da TV é a TV como o usuário quiser. "É um conceito de televisão sem horário, que lançamos há três semanas no México. Você chega em casa e o programa já começou? Não tem problema. Você começa a vê-lo do princípio até a hora em que você quiser voltar à programação normal", explica.
Nesse caso não é preciso que se tenha nenhum sistema de gravação na televisão, mas o próprio operador vai fazer isso pelo usuário. "A qualidade é importante, a personalização do produto e agilidade de disponibilizar o conteúdo também. Mas vamos chegar ao ponto em que cada usuário vai ter seu login e, quando se conectar, vai ter à disposição o programa que gosta, o filme que gosta, a grade de programação do seu jeito", afirma Frenzer.
"O importante é poder transferir o que a pessoa está vendo na televisão em casa para o tablet, e que possa seguir vendo dentro do metrô ou do onibus", disse Christian Frenza diretor de mídia para América Latina da Ericsson.
Embora em princípio os custos possam ser mais altos para as operadoras, Christian Frenza acredita em um modelo de gestão híbrido, que possa acomodar a tecnologia atual com a chegada do 4G para que os custos sejam diluídos. "O tráfico de dados nas redes vai ficar dez vezes maior nos próximos cinco anos e as projeções são de que 90% do tráfico de todos os operadores seja vídeo?, disse. E os operadores, segundo ele, vão ter que estar preparados para manejar isso e poder saber rentabilizar isso. "O investimento não é maior que com a tecnologia atual. O que aumentou o custo foi ter mais capacidade de armazenagem, de sinal. Mas agora se podem oferecer muitos mais produtos para o usuário", diz o executivo.
A Ericsson realiza constantes estudos sobre o hábito dos usuários para saber em que direção precisam ir os produtos que apresenta ao mercado. Desta forma, a empresa está apresentando durante a Mobile World Congress (MWC), em Barcelona, uma nova experiência de multi-tela, onde o usuário pode usufruir do mesmo conteúdo em vários dispositovos. "O importante é poder transferir o que a pessoa está vendo na televisão em casa para o tablet, e que possa seguir vendo dentro do Metrô ou do Ônibus", diz Frenza.
Ele alerta ainda para a necessidade de se ter muita capacidade por parte dos operadores de disponibilizar esse conteúdo na nuvem, para que o acesso seja o mais rápido e fácil possível. Mas para Christian Frenza, além de ser rentável, esse novo modelo de televisão precisa, antes de tudo, ser de alta qualidade, com ótimo conteúdo e com uma conexão de dados eficiente.
Mobile World Congress
O Mobile World Congress (MWC) se realiza de 25 a 28 de fevereiro em Barcelona. A feira, cuja primeira edição se realizou em 1987, é considerada a maior feira de dispositivos móveis, com foco em telefones celulares, do mundo. Neste ano são esperadas mais de 70 mil pessoas, num evento que deverá ter 3,5 mil delegados, mais de 1,7 mil expositores e 90 mil metros quadrados. Em 2012, foram 1,5 mil expositores em 70,5 mil m2.
Entre os destaques de 2013 estão executivos de empresas como Telefónica, Nokia, Mozilla, Vodafone, Nielsen, IBM e Dropbox. Tecnologias como o NFC, celulares com HTML5, cloud, telefonia IP e lançamentos na área - em especial o Samsung Galaxy Note 8.0 e o Optimus L Serie II, da LG, são esperados no evento.
O Terra acompanha os quatro dias de MWC com transmissões em vídeo ao vivo e dois correspondentes em Barcelona.