A Meta respondeu às críticas feitas pelo ator Joseph Gordon-Levitt em um artigo em vídeo publicado no New York Times. Na peça opinativa, o astro de “A Origem” criticou Mark Zuckerberg, acusando-o de priorizar lucro em detrimento da segurança de crianças diante de relatos de que chatbots de inteligência artificial da empresa teriam mantido conversas “sensuais” com menores.
“É difícil descrever o quão irritado isso me deixa”, disse o ator de “3rd Rock from the Sun”, lembrando que é pai de uma criança de 8 anos. “Não está claro quantas crianças já foram expostas a essa ‘intimidade sintética’”, alertou Gordon-Levitt.
Resposta da Meta
O porta-voz da empresa, Andy Stone, rebateu as declarações nas redes sociais, questionando a credibilidade do ator no debate sobre inteligência artificial.
“O que qualifica um ‘ator e cineasta’ a opinar sobre questões de IA (e ainda fazer várias afirmações imprecisas)?”, escreveu no X (antigo Twitter).
Stone também destacou que a esposa do ator, Tasha McCauley, é executiva de tecnologia e chegou a integrar o conselho da OpenAI durante a crise que resultou na saída temporária de Sam Altman, em novembro de 2023.
“Deve ser porque, como o @nytopinion esconde nos últimos segundos, sua esposa é ex-integrante do conselho da OpenAI”, ironizou.
Papel da esposa do ator
Tasha McCauley, ex-CEO da GeoSim Systems, esteve entre os quatro conselheiros da OpenAI que votaram pela destituição de Altman. A medida foi revertida poucos dias depois, com a volta do executivo ao cargo e a substituição dos membros dissidentes do conselho. Atualmente, McCauley atua como pesquisadora na RAND Corporation, centro de estudos em políticas públicas e tecnologia.
Debate sobre regulação
No vídeo, Gordon-Levitt também criticou o financiamento de super comitês políticos (super PACs) ligados a gigantes do Vale do Silício, incluindo a própria Meta, que prometeram até US$ 200 milhões para combater regulações governamentais sobre a IA.
“Regulamentar a inteligência artificial provavelmente vai acontecer primeiro em nível estadual”, afirmou o ator. “Descubra quem está concorrendo no seu estado. E se vir um candidato recebendo dinheiro de um desses grandes super PACs de tecnologia, não vote nele.”
Documentos vazados
Na última semana, o Business Insider revelou documentos internos da Meta que mostravam como a empresa treinava seus chatbots para barrar interações inadequadas com menores. No entanto, os arquivos também indicavam que a equipe jurídica e de políticas da empresa havia aprovado diretrizes que permitiam conversas com conotação sexual entre robôs e adolescentes.