Meta permite que usuários associem orientação sexual a doença mental

A atualização, que substitui a versão anterior de 29 de fevereiro de 2024, foi implementada em países como Estados Unidos e Reino Unido.

CEO da Meta, Mark Zuckerberg | Reprodução/Redes sociais
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A Meta anunciou, nesta terça-feira (7), mudanças na sua política contra discurso de ódio aplicável ao Facebook, Instagram e Threads. As novas diretrizes agora permitem, entre outros pontos, que termos relacionados a doenças mentais sejam vinculados a gênero ou orientação sexual em determinados contextos.

"Nós permitimos alegações de doença mental ou anormalidade quando baseadas em gênero ou orientação sexual, dado o discurso político e religioso sobre transgenerismo e homossexualidade", afirmam as novas diretrizes.

ATUALIZAÇÃO

A atualização, que substitui a versão anterior de 29 de fevereiro de 2024, foi implementada em países como Estados Unidos e Reino Unido. A divulgação das mudanças coincidiu com o anúncio do CEO da Meta, Mark Zuckerberg, sobre o encerramento do programa de verificação de fatos da plataforma.

No entanto, ao acessar a versão em português para o Brasil, ainda aparece a política de 10 meses atrás, sem essas atualizações. O g1 procurou a Meta para esclarecer se as novas regras serão aplicadas no Brasil, mas não obteve resposta até o momento.

As novas diretrizes também flexibilizam o uso de linguagem considerada ofensiva em debates políticos e religiosos. Agora é permitido, por exemplo, o uso de termos pejorativos ao abordar questões como direitos transgêneros, imigração ou homossexualidade.

Outro ponto alterado foi a remoção de restrições explícitas contra a "autoadmissão de intolerância com base em características protegidas", como homofobia, islamofobia ou racismo.

Apesar dessas flexibilizações, a política da Meta ainda proíbe conteúdos que possam incitar violência, intimidação ou discriminação iminente contra pessoas com características protegidas, como explica um trecho mantido na atualização.

Aproximação com Trump Mark Zuckerberg também publicou um vídeo nesta terça-feira anunciando o fim da checagem de informações por terceiros (assista abaixo). No comunicado, ele afirmou que a empresa colaborará com o presidente eleito Donald Trump, que assume o cargo no dia 20, para enfrentar supostas tentativas de censura.

Trump prometeu, em campanha, "deter a loucura transgênea" assim que iniciar seu mandato. O presidente eleito também indicou que pretende excluir das Forças Armadas militares identificados como "woke" — termo depreciativo usado por conservadores para se referirem a pessoas que defendem causas de justiça social e racial.

Em suas diretrizes, a Meta admite permitir linguagem que, no contexto de debates políticos ou religiosos, aborde a exclusão de gênero em espaços tradicionalmente separados por sexo, como banheiros, escolas, grupos de apoio e funções específicas nas áreas militar, policial ou educacional.

Também está liberado conteúdo que defenda limitações de gênero em empregos militares e policiais, além de exclusão baseada em crenças religiosas para determinados espaços e serviços sociais.

OUTRAS REFERÊNCIAS

Outras permissões incluem referências a características mentais, como alegar doenças psicológicas ou anormalidades em função de gênero ou orientação sexual, desde que no contexto de discursos políticos e religiosos ou no uso coloquial de termos depreciativos.

Mudanças nas restrições Alguns trechos também foram removidos na nova política. Entre eles, a proibição explícita contra publicações que reconhecem intolerância baseada em características protegidas, como homofobia, islamofobia e racismo.

Outra remoção envolve a proibição de afirmar que grupos protegidos espalham deliberadamente doenças como o novo coronavírus ou são responsáveis por sua existência.

Essas mudanças estão sendo analisadas por especialistas e grupos de defesa de direitos humanos, que expressaram preocupações sobre o impacto das novas diretrizes no combate à desinformação e ao discurso de ódio nas redes sociais.

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