O Facebook saiu do ar na última sexta-feira (1), e deixou milhões de usuários ansiosos. Segundo informações da própria rede social, a queda teria durado cerca de 25 minutos, pouco menos que os 31 minutos da indisponibilidade do serviço no último dia 19 de junho. Em ambas as vezes, o problema foi notado por alguns usuários e, pouco depois, o Facebook ficou fora do ar globalmente. Além da desconfiança dos usuários, o prejuízo da rede social de Mark Zuckerberg pode ser ainda maior.
De acordo com dados da consultoria VentureBeat, cada minuto fora do ar custa para o Facebook cerca de US$ 20 mil (cerca de R$ 48 mil). Se levarmos em consideração tempo oficial fora do ar, chegamos ao significativo valor de US$ 500 mil (mais de R$ 1,2 milhões). A conta da consultoria é simples: de acordo com o último relatório de lucros do Facebook, do segundo trimestre de 2014, a renda gerada por anúncios bateu os US$ 2.68 bilhões (R$ 6,4 bi).
Então, dividindo-se esse valor por três meses, divididos por 30 dias, divididos por 24 horas e, 60 minutos, temos a renda por minuto, a grosso modo, de US$ 20.700. Ainda que esse valor possa parecer insignificante, diante da grandiosidade do império de Mark Zuckerberg, vale lembrar que trata-se de um fenômeno exclusivamente da Internet. "A Ford Mortos não sofre um blecaute. E não há motivo para que o Starbucks não sirva café nos horários de pico. Mas quando o Facebook não funciona, a companhia queima dinheiro mais rapidamente do que as pessoas poderiam ganhar em vidas inteiras", diz, em seu comunicado, a VentureBeat.
Além disso, ao contrário do que foi veiculado por alguns sites, esta não foi a "pior queda em quatro anos". A informação, atribuída ao engenheiro Robert Johnson, foi divulgada no dia 23 de setembro de 2010, em comunicado oficial do Facebook. O próprio Robert Johnson sequer trabalha diretamente para Mark Zuckerberg (de acordo com sua página no Facebook, ele hoje atua como CTO da Interana, uma empresa de análise de dados). Famosa pelo bordão de Mark Zuckerberg "o Facebook não sai do ar nunca", a estabilidade da rede social foi severamente comprometida nos últimos dois anos. De maio de 2012 para cá, foram ao menos dez quedas mundiais que duraram mais de 20 minuntos.
Regionalmente, outras dezenas também deixaram milhares de "órfãos" do serviço. Hoje, o Facebook tem 1,23 bilhão de usuários por mês, e 800 mil por dia, em média. E, desta vez, alguns usuários mais inadvertidos e mais ansiosos chegaram a ligar para a polícia, nos EUA, perguntando quando a rede voltaria ao ar. O que gerou uma resposta inusitada de um sargento da polícia local de Los Angeles (no Twitter, obviamente). Em março de 2012, a primeira grande falha: o sistema cai em toda a Europa, fazendo com que Zuckerberg pedisse desculpas aos usuários. Em maio de 2012, após um suposto ataque hacker, o Facebook ficou indisponível por cerca de uma hora.
Mais uma vez, em novembro de 2012, foram mais 20 minutos fora do ar. Já em dezembro do mesmo ano, novamente, uma grande instabilidade fez com que milhares de pessoas migrassem para o Twitter para reclamar do Facebook. Em 2013, o site voltou a cair globalmente, após uma manutenção aparentemente mal-sucedida. Em junho deste ano, a primeira grande queda de 2014: mais meia hora de indisponibilidade. Enquanto a rede social de Zuckerberg cresce - e gera uma enorme dependência pessoal e profissional -, sua credibilidade parece sofrer mais e mais abalos. De atualização de status e postagem de fotos a contratos de patrocínio bilionários e empresas que dependem de seu login, o prejuízo que uma queda de serviço do Facebook causa acaba sendo maior na reputação da rede do que na conta bancária de Zuckerberg.