O presidente da Telefonica, Antonio Carlos Valente, disse que o governo deveria reduzir os valores das licenças dos espectros para a tecnologia 4G de forma a não comprometer os investimentos das empresas de telefonia que ainda precisam ampliar a cobertura de internet.
"Nunca vai haver um leilão sem aporte financeiro, mas não podemos desconsiderar que tudo o que for conduzido para compra de licenças vai ter que ser considerado no plano de investimentos da empresa", disse Valente nesta segunda-feira (24).
"Espectro é o oxigênio das empresas de telefonia mas o Estado brasileiro tem que tentar evitar para que não haja prejuízo de investimento nas redes, o que traz benefício ao cidadão", adicionou o executivo.
O plano de investimentos da Telefonica prevê dispêndios de R$ 24 bilhões no país entre 2011 e 2014. A compra de espectros já faz parte do orçamento da companhia.
O expediente de reduzir os valores dos espetros já foi utilizado no leilão de 3G, mas para Valente o governo deveria ser mais ousado.
O leilão dos espectros para o serviço 4G está programado para 2012 e muitas empresas do setor defendem o adiamento da licitação ou adoção de novas regras.
"Algumas empresas defendem abertamente o adiamento e, nós da Telefonica, defendemos uma conciliação dessa oferta de forma que não prejudique os investimentos", disse Valente.
A cobertura 4G é um compromisso do governo com a Fifa e o serviço tem que estar disponível na Copa de 2014, mas já em teste antes do mundial.
Valente defendeu ainda que o governo brasileiro passe a oferecer frequências mais baixas às empresas para facilitar soluções tecnológicas e de engenharia.
Hoje as frequências ofertadas são de 2,5 GHz, usadas em cidades grandes e de elevada densidade demográfica. Segundo o executivo, o Governo deveria ofertar frequências de 700 MHz.
"Todos desejam as (frequências) mais baixas porque elas podem atender áreas maiores e a custos menores. Isso deveria ser oferecido o mais rápido possível para facilitar a implementação de projetos e ampliação de cobertura", afirmou.
O executivo anunciou que a Telefonica já está implementando esforços e investimentos, cujos valores não foram revelados, para que a unificação com a marca Vivo seja coloca em prática até o primeiro semestre de 2012.
A empresa passará a usar a bandeira Vivo para todos os seus serviço no país, incluindo telefonia fixa e banda larga, que hoje operam com a marca Telefonica.