Israel recebe 5 dos últimos 6 reféns vivos previstos na primeira fase do cessar-fogo

O Hamas entregou, na madrugada deste sábado (22), cinco dos seis reféns vivos que ainda faltavam ser trocados na primeira fase do acordo de cessar-fogo em vigor desde 29 de janeiro na Faixa de Gaza. A entrega ocorreu na passagem de Rafah, na fronteira com o Egito, por volta das 5h, horário de Brasília. Esses reféns foram entregues à Cruz Vermelha, que os levou a Israel. 

CHEGADA CONFIRMADA

A chegada dos dois reféns foi confirmada pelas Forças Armadas israelenses. Os outros quatro reféns devem ser entregues ainda neste sábado. Três reféns foram levados pela Cruz Vermelha de outro ponto de entrega, em Nuseirat, por volta das 7h40, horário de Brasília.

Entre os reféns entregues, estão Eliya Cohen, de 27 anos, Tal Shoham, de 40, Omer Shem Tov, de 22, e Omer Wenkert, de 23, sequestrados durante o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023. Outros dois reféns, Hisham Al-Sayed, de 36 anos, e Avera Mengisto, de 39, estavam sob cativeiro desde que entraram na Faixa de Gaza, separadamente, há cerca de uma década.

LIBERTAÇÃO DE PRISIONEIROS

Até a última atualização, os reféns liberados foram Tal Shoham e Avera Mengisto em Rafah, e Omer Shem Tov, Eliya Cohen e Omer Wenkert em Nuseirat, conforme informado pela Reuters. Hisham Al-Sayed deve ser libertado em breve, de acordo com agências de notícias. Em troca, espera-se que Israel libere 602 prisioneiros palestinos detidos em suas prisões.

O acordo de troca de reféns e prisioneiros segue em andamento, apesar de tensões recentes que quase comprometeram o cessar-fogo.

Na madrugada de sábado, a família de Shiri Bibas confirmou que um corpo entregue pelo Hamas na sexta-feira (21) foi identificado como sendo dela. Israel havia acusado o Hamas de violar os termos do cessar-fogo, entregando, de maneira equivocada, um corpo previamente identificado como sendo de Shiri Bibas, sequestrada no ataque de 7 de outubro junto com seus dois filhos, Ariel, de 4 anos, e Kfir, de 8 meses na época do ataque.

O Hamas alegou, sem apresentar provas, que tanto as crianças quanto a mãe teriam morrido em um bombardeio israelense, o que teria causado a mistura dos restos mortais de Shiri com outros. Israel, no entanto, nega essa versão. Na sexta-feira (21), as Forças Armadas israelenses acusaram o Hamas de assassinar Ariel e Kfir de maneira brutal e encobrir as mortes, com base em análises forenses e informações de inteligência. A verificação desses dados será compartilhada com outros países para confirmação independente.

As Forças de Defesa de Israel também informaram que os restos mortais entregues junto com as crianças não correspondiam a nenhum dos reféns israelenses. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ameaçou o Hamas com represálias pela não devolução do corpo, mas evitou romper o acordo de cessar-fogo.