O Brasil é dono da banda larga móvel mais cara da América Latina, superando com folga os ?vizinhos? Chile e Argentina, que seguiram a tendência local de queda nos preços, aponta estudo recente publicado pela GSMA (Associação Mundial de Telefonia Móvel).
O levantamento, chamado de A Banda Larga Móvel na Base da Pirâmide da América Latina, foca nos planos mais acessíveis para a população local e aponta que, enquanto na maioria dos países latino-americanos os preços caíram ou ficaram estáveis durante o período, por aqui os valores subiram de forma significativa nos últimos três anos.
Em duas das três categorias analisadas pela GSMA, o Brasil registrou aumento de preços entre 2010 e 2013, além de valores maiores do que a média cobrada nos outros 17 países analisados, tendo como base mais recente os números referentes ao segundo trimestre deste ano.
Na categoria de Plano de Banda Larga Móvel Mais Econômico para Computadores com pelo menos 1GB para Download, o Brasil viu o preço médio subir de pouco menos de 20 dólares, em 2010, para mais de 30 dólares no trimestre encerrado no último dia 30/6, ficando com o título de mais caro da região. Enquanto isso, países como Chile e Argentina registraram quedas inversamente proporcionais, com preços atuais entre 15 e 20 dólares. Em outros locais, como Uruguai e Panamá, os valores cobrados são ainda menores, ficando entre 10 e 15 dólares.
A outra categoria em que o Brasil aparece como o mais caro é em Plano de Banda Larga Móvel Mais Econômico para Smartphones com Pelo Menos 1GB para Download. Nessa faixa, o país viu o valor médio subir de pouco menos de 20 dólares, em 2010, para quase 25 dólares em junho de 2013, preço mais alto entre todos os 17 países analisados na região. A Costa Rica, com média de 5 dólares, tem o menor valor. Uruguai, com 10 dólares, Argentina, com pouco mais de 15 dólares, e Chile, com média de 20 dólares, aparecem todos abaixo do Brasil.
A única categoria em que o Brasil não apresentou aumento de valor ou o maior preço é Plano de Banda Larga Móvel Mais Econômico para Smartphones com Mínimo de 250MB para download. Nessa faixa, o Brasil registrou queda significativa, indo de quase 20 dólares, em 2010, para cerca de 5 dólares no segundo trimestre de 2013, um dos valores mais baixos do ranking. Por outro lado, a Venezuela destoou do restante e viu os preços médios dos planos subirem de cerc a de 9 dólares para quase 15 dólares em três anos.
Base da pirâmide
O estudo também diz que a base da pirâmide sócio-ecônomica de Brasil, Argentina, Colômbia, Equador e México, representada por cerca de 33 milhões de casas e 149 milhões de pessoas com uma renda apertada, em torno de 114 dólares por mês, pode ser beneficiada por planos mais baratos, fato que vem se acentuando desde 2010, com exceção do Brasil.
A GSMA também cita como pontos positivos os planos pré-pagos de acesso à banda larga, em que os usuários pagam apenas pelo dia que utilizam os serviços das operadoras. Para muitas pessoas, essa é a única maneira de acessar a Internet.