HTC One: teste do poderoso “rival do S4” vendido só para gringos

O smartphone tem uma impressionante tela Full HD de 4,7 polegadas e a “nova e famosa” interface Sense 5.0

HTC One chamou a atenção na feira, mas não deve vir para o Brasil | Allan Melo/TechTudo
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Não há como negar que o HTC One foi o grande destaque da MWC 2013, maior feira de dispositivos móveis do mundo, que acontece todos os anos em Barcelona, Espanha. O smartphone tem uma impressionante tela Full HD de 4,7 polegadas e a "nova e famosa" interface Sense 5.0, que praticamente deixou o Android 4.1 irreconhecível dentro dele. Esse, dentre outros motivos, acabou fazendo com que a repercussão sobre ele fosse um pouco exagerada.

A HTC é uma das mais tradicionais companhias de telefones do mercado internacional, disputando seriamente com a Samsung pela preferência dos consumidores em busca do "Android perfeito". A relação com o Brasil, no entanto, foi como uma "ficada": eles mostraram o HTC Ultimate, receberam uma boa atenção por trazer o Windows Phone ao país, mas desistiram de tudo assim que a Anatel deu o OK para as vendas do HTC One X, que apesar do nome é mais velho que o top da MWC 2013. Na mesma época desistiram também da Coreia do Sul sem dar nenhuma desculpa razoável.

Em Barcelona, a HTC aparentou não se preocupar com concorrência. Em um pavilhão separado das gigantes da indústria, a fabricante taiwanesa alocou dois stands para exibir o seu novo smartphone Android (no outro havia uma área de relaxamento, com puffs e bebidinhas). Mas vamos ao que interessa.

Visualmente o HTC One é muito mais elegante que a linha Galaxy, mas a HTC parece ter se preocupado demais em deixar o telefone bonito e não investiu em hardware de ponta.

A tela é um exemplo disso: sua performance é exemplar, com contrastes ótimos para se assistir vídeos. Seu brilho é forte o suficiente para qualquer condição adversa de iluminação e realce de detalhes em filmes e fotos, e a definição em FullHD é um espetáculo de se ver em um telefone. Mesmo com este lindo conjunto, eles não chegam perto da experiência de um Sony com Mobile Bravia 2.

No áudio, os drivers da Beats realmente são o pulo do gato. Sem eles as músicas são boas, mas ativados ficam ainda melhores. Nos fones, os graves são persistentes e não ficam distorcidos, e os agudos são ótimos, apesar de um pouco sibilante (quando o som do "S" é realçado). A distribuição espacial também é boa, mas poderia ser melhor, tanto quanto os do iPhone.

Já a câmera é, para alguns, seu grande chamariz, por mais contraditório que pareça devido ao fato dele ter apenas 4 megapixels. Mas há uma razão para isso: os ultrapixels. Prometendo fazer melhor que a Nokia, a HTC seguiu basicamente o mesmo conceito aplicado no PureView e conseguiu trazer uma câmera realmente muito boa. No geral, suas imagens superam com facilidade as fotos do Galaxy S3, do iPhone 5 e de qualquer outro telefone? menos os "PureViews". Veja o comparativo abaixo:

A qualidade de ambas as fotos são realmente impressionantes, mas o HTC One não faz mais bonito que o Lumia 920. Neste comparativo, percebe-se que a HTC forçou a abertura do diafragma para capturar mais luz, mas o processamento não trouxe um contraste natural como o telefone da Nokia.

Quanto a performance, seu Snapdragon Quad-core 1.7 GHz faz bonito. Todas as transições são fluidas, com animações elegantes, e não há tratamentos em nenhum aplicativo. É difícil saber se o a interface Sense no Android tem algum crédito nisso. Só há elogios neste quesito. Por outro lado, esse lado foi pouco explorado no One. A impressão que se tem é que a empresa optou por manter um porte de grife, e não de top de linha.

O maior capricho, no entanto, foi o design. Mas a inspiração é suspeita: mais estreito que os seus últimos Androids e com uma estrutura em alumínio, criando uma espécie de moldura acima e abaixo da tela. No geral, o telefone acabou parecendo uma mistura da frente do BlackBerry Z10 com a traseira do One X; mas isso não deve ser relevado como uma crítica. O conjunto é realmente lindo, digno de um telefone de grife.

No final, se por um lado o HTC One não supera outros telefones em especificidades, por outro o conjunto faz valer a pena o investimento. Como uma alternativa ao que não gostaram do visual externo ou das modificações feitas pela Samsung no Android do Galaxy S3, este telefone poderia figurar como uma ótima opção de compra no Brasil. Só que isso nunca vai acontecer.

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