O Google entrou na mira do US National Labor Relations Board (NLRB), órgão federal dos EUA que monitora relações de trabalho. A investigação acontecerá após a empresa demitir quatro funcionários que militavam em diferentes questões dentro da companhia, como a ideia de o Google criar uma versão censurada do seu motor de buscas para o mercado chinês ou o fornecimento de tecnologia para contratos militares. A notícia é do site Terra.
Os quatro abriram um processo contra o Google em 5 de dezembro, alegando práticas trabalhistas ilegais por parte da empresa. Em setembro, o Google já havia feito um acordo com a NLRB, no qual daria sinal verde para que funcionários se sindicalizassem e falassem com a imprensa. O processo de dezembro afirma que o Google desrespeitou o acordo, o que levou à nova investigação. A análise do caso por parte da NLRB demorará 90 dias, e pode virar uma acusação formal por parte da agência.
"As ações do Google são a antítese das liberdades e transparência que a empresa prega publicamente", diz parte do processo. Os quatro funcionários foram demitidos cerca de 200 dias depois de um protesto em frente a um dos escritórios da empresa em São Francisco, EUA. Eles alegavam que a direção da companhia tomava ações retaliativas contra funcionários que se manifestassem contra a empresa.
Em relação ao caso, o Google vem mantendo a mesma postura, dizendo que os quatro representavam uma ameaça de segurança dentro da empresa. "Demitimos quatro indivíduos envolvidos em violações intencionais e constantes das nossas políticas de segurança de dados, incluindo o acesso sistemático e a disseminação de materiais e trabalhos de outros funcionários. Ningupem foi demitido por levantar preocupações ou debater as atividades da companhia", disse um comunicado da empresa.
A investigação da NLRB aumenta as tensões entre a direção do Google e os profissionais que vem se manifestando contra as decisões da companhia em questões como imigração e assédio sexual. Segundo a imprensa dos EUA, o Google contratou um escritório de advocacia independente e com um histórico de atuação contra sindicatos para lidar com os funcionários.