O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante, disse neste sábado que o volume de investimentos para instalação de fábricas de telas sensíveis ao toque no Brasil deve passar de US$ 4 bilhões. A Foxconn, gigante taiwanesa de produção de displays, que monta os produtos da Apple, está negociando a instalação de duas fábricas no Brasil.
Segundo Mercadante, seis estados são candidatos a receber as fábricas: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Paraná. O ministro disse que os governadores receberam dos empresários coreanos uma lista de requisitos para a implantação de uma indústria de telas sensíveis. Entre os requisitos estão a garantia energia elétrica, infraestrutura logística e segurança. "A negociação depende agora de acertos privados", disse.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está participando das negociações. Segundo Mercadante, a Foxconn também deverá entrar com investimentos, e não apenas transferência de tecnologia.
Foxconn
O presidente da Foxconn, Terry Gou, reuniu-se na terça-feira com a presidente Dilma Rousseff para negociar a construção das fábricas de telas no País. A Foxconn é o maior fabricante de componentes eletrônicos e de computador do mundo e tem sede em Taiwan.
As telas de toque sensível são usadas em smartphones, televisores e tablets e são o componente mais sofisticado desses aparelhos. O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação destacou que, atualmente apenas quatro países ¿ China, Taiwan, Coreia e Japão ¿ produzem esse tipo de tela. Para ele, o fato merece destaque porque o Brasil seria, assim, o primeiro país do Ocidente a abrigar uma fábrica de produção de telas de toque sensível.
Os executivos da Foxconn mostraram à Dilma que precisam de melhores condições de logística e infraestrutura, como o acesso a um aeroporto internacional, uma área extensa para instalação do parque fabril e, além disso, informaram que as fábricas demandam grande consumo de energia e de água.
A demanda por mão de obra especializada também foi discutida na reunião com a presidenta Dilma, Mercadante e o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel. "A formação de recursos humanos precisa de muita engenharia nas áreas de química, mecânica, ótica e vai precisar de um esforço muito grande. Teremos que formar aqui e lá em Taiwan. Não temos aqui nenhuma produção assim e, por isso, teremos que formar a área técnica", explicou Mercadante.
Os taiwaneses negociam também a participação de parceiros nacionais. Dilma quer que haja ampla e irrestrita transferência de tecnologia, o que seria viabilizado por meio da participação desses parceiros.
Mercadante evitou falar em volume de investimentos, mas afirmou que é fundamental a participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na negociação. ¿Estamos em uma fase de concluir a apreciação das áreas, de negociar com os parceiros brasileiros que deverão fazer parte desse consórcio e montar a engenharia financeira", disse. Segundo ele, seis estados estão em estudo para receber as unidades fabris.