A fábrica da Apple e da Foxconn que vai produzir o computador tablet iPad no Brasil deverá ser instalada no interior de São Paulo, segundo informou ao G1 o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, nesta quarta-feira (13). Fruto dos acordos firmados durante a visita de seis dias que a presidente Dilma Rousseff faz na China, a fábrica foi anunciada nesta terça-feira, depois de um encontro entre Dilma e o presidente da Foxconn, Terry Gou, em Pequim.
?Possivelmente, a fábrica será instalada no interior de São Paulo. Ainda não sabemos a cidade, mas deve ser em São Paulo. Eles vão levar em consideração distribuição do mercado e facilidade de locomoção. A montagem da fábrica vai ser rápida. Eles nos falaram que, se tudo correr bem, até novembro estariam produzindo o tablet no Brasil?, afirmou o ministro, que está na China acompanhando a presidente.
O investimento da Foxconn, que fabrica produtos da Apple em regime de terceirização na China, deve chegar a US$ 12 bilhões no Brasil em até 5 anos. No Brasil, a empresa já fabrica produtos para Sony, Dell, HP e Sony Ericsson e possui hoje três fábricas: em Manaus (AM), Indaiatuba (SP) e Jundiaí (SP). A expectativa é que a fábrica de tablet utilize parte das estruturas já em funcionamento.
Segundo Pimentel, uma equipe do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio já está trabalhando na elaboração das especificações que serão exigidas pelo governo brasileiro para a fabricação do produto, como as metas de produção anual e a porcentagem de equipamentos nacionais que deve ser utilizado na produção do tablet. Para que a fábrica fosse instalada, o governo brasileiro exigiu, entre outras questões, que seja feita transferência de tecnologia e parcerias com empresas brasileiras.
?Em maio o governo já deve estar com as especificações definidas. Até maio também acreditamos que a empresa já tenha anunciado a cidade escolhida e dado início aos processos de licenciamento ambiental para a instalação da fábrica?, afirmou Pimentel.
Apesar de haver uma expectativa de geração de até 100 mil empregos no país com a chegada da fábrica, o governo afirmou que não fará exigências em relação à mão de obra.
?Mão de obra não podemos definir. É muito técnico. São Paulo já vai ser escolhido por eles, provavelmente, por causa das universidades que possui nas proximidades?, disse Pimentel.
Na análise do ministro, a criação do Plano de Banda Larga, que deve estar sendo implementado até o próximo ano, serviu como atrativo para o anúncio da implementação da fábrica no Brasil. A expectativa é que com a produção nacional, haja uma redução de impostos do equipamento, que pode chegar a até 31% nos preços na comparação com os importados.
Além do anúncio da fábrica de tablet, nesta terça-feira (12), a presidente Dilma Roussef e o presidente chinês, Hu Jintao, se reuniram em Pequim para a assinatura de acordos de cooperação nas áreas de política, defesa, ciência e tecnologia, recursos hídricos, inspeção e quarentena, esporte, educação, agricultura, energia, energia elétrica, telecomunicações e aeronáutica, entre outros acordos.
Segundo o Itamaraty, foram assinados seis atos entre governos e ministérios, sem contar os acordos comerciais já anunciados durante a viagem de Dilma. Foram firmados também acordos entre instituições brasileiras e chinesas.
Nesta quarta, Dilma só tem agendas oficiais à tarde, pelo horário da China. Pela manhã, a presidente aproveitou para visitar a Cidade Proibida e realizadas reuniões internas. A partir das 15h10, Dilma se reúne com o presidente da Assembleia Popular da China, Wu Bangguo, e depois com o primeiro-ministro da República Popular da China, Wen Jiabao. No final da tarde, a presidente embarca para a cidade de Sanya. A presidente retorna ao Brasil no sábado.