Enquanto os fãs de videogame brasileiros reclamavam ou faziam piadas sobre os R$ 3.999 que a Sony decidiu pedir pelo PlayStation 4 no país, alguns gamers estrangeiros comemoravam abertamente pela internet.
O Brasil tem atraído má reputação pelo comportamento de alguns jogadores games on-line, como mostrou esta reportagem da Folha, publicada em maio. É uma espécie de vandalismo virtual, já que alguns grupos de brasileiros se unem para atrapalhar os demais, de maneira muitas vezes gratuita.
Por causa disso, o suposto afastamento dos "BRs" da rede PlayStation Network --que seria causado pelo alto preço-- foi celebrado por alguns deles.
"Talvez a Sony só esteja protegendo o resto do mundo dos internautas brasileiros?", escreveu o leitor com apelido Usedtable no site Destructoid.
"Imagine mais "huehuehue", "gib monies plz" e (o meu favorito): enviar "Brasil" como um comentário para tudo, em todos os lugares", continuou, referindo-se às risadas e à "mendicância virtual" dos brasileiros.
"Isso é o que eles ganham por serem tão detestáveis em games on-line", escreveu James Keefe no Facebook.
"Hahaha. Agora eles não podem arruinar mais os games. Droga de coisas BR", disse Michael DeRoo, também no Facebook.
Em resposta, o brasileiro Guilherme Nunes brincou: "Agora vocês sabem por que ficamos pedindo dinheiro o tempo inteiro nos jogos."
"Entre preços altíssimos e bloqueio regional, isso é praticamente tudo o que você pode fazer para impedi-los de acabar com seu jogo", escreveu um internauta denominado Lozzle como comentário no "Kotaku".
"Você já jogou "League of Legends"? Os brasileiros eram tão terríveis lá que tinha gente comemorando nas ruas quando eles conseguiram seu próprio servidor", disse outro comentarista.
"RUINS. E IRRITANTES"
"Todo jogo que já joguei foi arruinado por brasileiros", escreveu o internauta Xanadu. "Intrigava-me como um grupo de pessoas poderia ser tão ruim nos jogos e tão irritantes ao mesmo tempo. Alguém precisa escrever uma tese acadêmica sobre isso."
"O pior é que eles têm orgulho de, sozinhos, conseguirem arruinar os games", disse SwarmofKoalas, na mesma discussão, antes de Saulo Raoux concordar: "Sou do Brasil e aprovo essa mensagem. Absolutamente odeio jogar com brasileiros."
"Escolheria jogar com brasileiros em detrimento de pessoas que discriminam outros países. Nem todo brasileiro ou russo estraga os games", rebateu um comentarista, de apelido professormistery.
ENTENDA
Nesta quinta-feira (17), a fabricante japonesa surpreendeu ao anunciar um preço mais alto que o esperado para o PS4, seu próximo videogame, que chega ao país no dia 29 de novembro. A grande disparidade entre o preço brasileiro e o americano, este de US$ 399 (cerca de R$ 871) gerou indignação.
Também causou estranheza o fato de o concorrente Xbox One, da Microsoft, custar mais que o PlayStation 4 nos EUA, e a situação se inverter no Brasil --aqui, o console sairá por R$ 2.199.
"Sempre escutamos o consumidor e a comunidade de desenvolvedores. Nosso objetivo é oferecer um console a um preço acessível", disse o presidente-executivo da Sony America, Jack Tretton, em entrevista à "Veja" divulgada em junho.
"O preço no Brasil varia muito em razão dos impostos, mas faremos o mesmo que foi feito com o PS3. Nossa meta é oferecer no Brasil o PlayStation 4 pelo equivalente a US$ 399", disse o executivo.
A Sony diz que, do preço de venda do aparelho, entre 60% e 70% são impostos.
Abaixo, veja o infográfico que tenta explicar o fenômeno "hue".