
O Google decidiu descontinuar suas metas de contratação para grupos sub-representados e reavaliar programas de diversidade, equidade e inclusão (DEI), seguindo o exemplo de outras grandes empresas de tecnologia, como Meta e Amazon, que têm reduzido suas políticas de representatividade. Com informações do The Guardian.
PRESSÃO CONSERVADORA
A mudança foi anunciada nesta quarta-feira (5), em um e-mail enviado aos funcionários e obtido pelo jornal The Wall Street Journal. Ela ocorre em um contexto de crescente pressão conservadora, especialmente após a eleição de Donald Trump e a decisão da Suprema Corte dos EUA em 2023, que limitou as ações afirmativas nas admissões universitárias.
Em 2020, o Google estabeleceu uma meta de aumentar em 30% a representatividade de minorias em cargos de liderança, após os protestos pelo assassinato de George Floyd. No entanto, em seu comunicado, a empresa afirmou que está reavaliando as políticas DEI à luz de decisões judiciais recentes e das políticas de Trump para restringir esses programas no setor público.
Na divulgação de seus resultados financeiros em 4 de fevereiro, a controladora Alphabet retirou uma frase do relatório que dizia estar "comprometida em fazer da diversidade, equidade e inclusão parte de tudo o que fazemos", uma declaração presente desde 2021.
relatório de 2024
O relatório de diversidade de 2024 do Google revelou que 5,7% de seus funcionários nos EUA eram negros e 7,5% eram latinos. Apesar de abandonar as metas, a empresa afirmou que continuará com grupos de apoio a funcionários sub-representados e que seguirá investindo em diversos estados e países, mas sem adotar mais metas de longo prazo.
Essa tendência também foi observada em outras grandes empresas, como Amazon e Meta. Em dezembro, a Amazon suspendeu programas considerados obsoletos, e a Meta, em janeiro, diminuiu seus esforços em DEI, em um movimento de aproximação com o público conservador. Grandes nomes como Walmart, McDonald's e Boeing também têm seguido esse movimento.
Por outro lado, empresas como Apple e Costco têm resistido a essas mudanças. Ambas pediram aos acionistas que rejeitassem uma proposta do think tank National Center for Public Policy Research, que buscava a limitação de políticas de DEI.