Na cabine do estádio lotado, o emocionante grito corre pelas cordas vocais do narrador ao tempo em que as jogadas ocorrem. Em seguida, gritos de provocação à torcida adversária. Faixas com o nome dos craques do time, que executam jogadas magistrais, em questão de segundos, e deixam todos boquiabertos. A cada sucesso obtido, a celebração nas gargantas dos torcedores alcançam o volume máximo no local. Essa seria a descrição detalhada de uma partida de futebol, mas é, na verdade, a dos e-sports (versão abreviada do termo electronic sports), modalidade conhecida mundialmente, e que vem conquistando admiradores no Brasil.
Apesar da discussão entre a atividade ser um esporte ou não ? que lembra, inclusive a polêmica sobre a Fórmula 1 ?, é notável a capacidade que o e-sport tem ao acumular grandes multidões. Na edição deste ano do EVO Championship Series, por exemplo, o maior campeonato de jogos de luta acumulou 1,7 milhão de usuários no canal oficial do evento, que transmitia as lutas ao vivo. Além disso, os fãs lotaram o Paris Hotel & Casino, em Las Vegas, somando mais de 3 mil jogadores em disputas de vários jogos, como Mortal kombat, Super street fighter IV e Ultimate Marvel vs Capcom 3.
Mesmo sem uma definição oficial, esses jogos apresentam algumas características que os fazem, pelo menos, parecer com um tipo de esporte. Geralmente, os grandes games no e-sport têm eventos oficiais e boas premiações. São elas que incitam ainda mais a competitividade e, o melhor, sem restrição de ?categorias?: vão de Dota 2, Counter strike, StarCraft 2, até o velho Tetris. Eles são cenários de batalhas em que os controles, os mouses e os teclados são as armas de combate entre os competidores.