Começou nesta última terça-feira (1), em São Paulo, a maior feira de brinquedos da América Latina, chamada Abrin. O evento, que reúne profissionais de toda a indústria no Expo Center Norte, conta esse ano com 180 expositores entre fabricantes nacionais de brinquedos e importadoras. Com duração até esta sexta-feira (4), fomos conferir o que há de mais interessante nesse universo tecnológico dos brinquedos.
Tablets infantis
Se há uma tendência que se manifestou entre os grandes fabricantes da diversão infantil, em questão de integração tecnológica, ela é manifestada pela aparição de tablets dedicados ao público infantil. Entre os grupos que estão de olho no mercado, Candide, Samsung, Positivo, Barão e Multilaser lideram o departamento com dispositivos portáteis que muito têm em comum: todos se apropriam de aparelhos com sistema Android previamente existentes, de uma forma ou de outra, para criar subinterfaces infantojuvenis, com forte controle parental e uso redesenhado. Naturalmente, tudo está em português do Brasil.
A modificação vai além do próprio sistema operacional ? todos os modelos contam com capas protetoras tematizadas, alguns com desenhos animados famosos como a ?Hora da Aventura?, ?Ben10? ou ?Monster High?. De destaque, o tablet Meep X2, da empresa americana Oregon Scientific, leva a proposta a um nível mais elevado: não apenas reconstrói o corpo e o sistema do tablet a níveis além do reconhecimento, ele pode receber uma infinidade de periféricos que o transformam em um videogame, um volante ou uma lousa touch.
Com preços que flutuam em torno dos R$ 499, todos estarão disponíveis no Brasil até junho.
Integração com smartphones
Outra inovação que se transformou em tendência foi a incorporação de smartphones e tablets como plataformas com comandos para veículos por controle remoto. Em uma dezena de estandes diferentes, minidrones, helicópteros e carros de brinquedo agora vêm sem seus desajeitados controles remotos dedicados - apenas um aplicativo para Android ou iOS, na maioria dos casos, é suficiente para fazê-los andar.
A tecnologia varia de caso para caso. Nos brinquedos de preço mais reduzido, o uso de uma conexão Bluetooth é o método de controle. Nos mais caros, é possível também usar o Wi-Fi ? alguns carregam até mesmo um roteador interno com o intuito de eliminar a dependência prévia de rede. Em geral, no entanto, os preços variam entre R$ 250 e R$ 400, de acordo com as dimensões e funções de cada veículo.
Dois casos chamam mais atenção: o drone i-UFO, da HappyCow, e o carrinho Scara Bee, da BeeWi, têm grandes vantagens sobre os outros. O diferencial do primeiro é simples: controlado por um pequeno periférico emissor de infra-vermelho acoplado a dispositivos iOS, ele voa dentro de um globo de hastes protetoras que eliminam totalmente os riscos de colisão normalmente associados a hélices. Seu plástico flexível também se provou bastante resistente a quedas, em uma primeira impressão. O caso do Scara Bee é mais impressionante, pois se trata de um carrinho controlado por Wi-Fi que tem uma câmera acoplada à frente, dando retorno visual ao smartphone controlador 100% do tempo. Um verdadeiro drone sobre rodas, por assim dizer.
Bonecos inteligentes
Apesar de mais incomuns, bonecos com inteligência artificial também tiveram espaço na feira. Um deles, oferecido pela Candide, representa os personagens Jake e Finn, da ?Hora da Aventura?, e traz um truque inusitado: sua captação de som vem em conjunto com um sistema de comandos de voz que ativam diferentes diálogos, dependendo do estímulo inicial e da aleatoriedade. Em outros palavras, ele entende fala e responde de forma variada, com pelo menos 18 comandos e uma árvore de respostas que multiplica esse número em cinco.
?Às vezes eles cantam, às vezes um interrompe o outro, às vezes eles falam que estão cansados e simplesmente ignoram o comando. Tentamos reproduzir a sensação divertida e "non-sense" do desenho com esse boneco?, explicou o diretor de desenvolvimento da Candide, André Ricioto.
Em outra pegada, a Hasbro traz ao Brasil o Furby Boom, um híbrido de boneco e bichinho virtual que tem potencial para se tornar regras nos próximos anos. A ideia não é difícil: ao invés de ser simplesmente uma pelúcia, o Furby funciona como um avatar físico que interage com as diversas necessidades físicas do bichinho virtual dentro de um aplicativo para iOS ou Android. Conforme o jogador brinca com ele e cuida de seus problemas no tablet, ele manifesta diferentes emoções e estados físicos ? surpreendentemente realistas, diga-se de passagem, graças a um parte de telinhas de LCD na região dos olhos e uma dúzia de motores que simulam a musculatura do bichano.
O boneco da ?Hora da Aventura? chegará no Brasil em agosto a R$ 179. Já o Furby Boom, a R$ 399, estará em lojas por todo o Brasil a partir do dia 1º de maio.
Para os bebês
Por último, mas de igual importância, o setor dos bebê recebe duas novidades de tecnologia agregada incrivelmente alta: o robô mamaRoo e o carrinho Origami, da BrasBaby. São duas soluções que parecem ter saído de um filme de ficção científica, e seus valores respectivos de R$ 1.300 e R$ 5.000 deixam isso bem claro.
O mamaRoo, com seu visual alienígena, é um berço robô que toda mãe ou pai pediu aos céus, pois exerce por conta própria diversos movimentos reconfortantes em torno do bebê, exatamente como faria um pai enquanto tenta colocá-lo para dormir. Há cinco configurações diferentes, cada uma com um traçado tridimensional próprio, e a dupla de motores responsável por simular o colinho é absolutamente silenciosa.
Como bônus, a plataforma tem duas caixas de som que podem tocar canções de ninar e sons da natureza, de acordo com o gosto dos pais.
Ele ainda pode ser conectado a músicas de qualquer MP3 ou celular. Seu tecido pode ser retirado para lavar e já está disponível em lojas especializadas nas cores cinza, preta, azul, verde, prata e colorido.
O Origami, por outro lado, parece apenas um carrinho para bebês num primeiro momento, mas de comum ele não tem nada. Sua função mais surpreendente, e que lhe dá nome, é poder se dobrar e desdobrar ao toque de um botão, fazendo uso de diversos micromotores em articulações ao longo de seu corpo. E ele o faz de forma quase instantânea, como um veículo saído do anime Dragon Ball.
Por ter sensores que indicam a presença ou não do bebê em sua estrutura, ele não corre o risco de se fechar na criança. Outras conveniências incluem um dínamo em cada eixo de rodas que captam eletricidade durante o passeio, podendo ser usados para carregar celulares e outros aparelhos, um par de janelas escurecidas na tenda sobre o berço e um visor de LCD que mostra a quilometragem percorrida, velocidade e temperatura ambiente.