Com duas telas, uma e-paper e outra LCD, YotaPhone é lançado no MWC 13

Se não impressiona pelo design, extremamente discreto e simplório, o YotaPhone conquista o usuário pela versatilidade e autonomia da bateria

Na parte frontal, uma tela LCD convencional rodando o Android 4.2 Jelly Bean | Fabrício Vitorino/TechTudo
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O YotaPhone, smart russo com duas telas - uma LCD frontal e uma e-ink traseira -, mais uma vez roubou a cena, durante o Mobile World Congress (MWC), em Barcelona, Espanha. Oficialmente apresentado agora, o aparelho já havia faturado o prêmio "Best of CES", em Las Vegas, no início do ano, e realmente é uma das poucas ideias realmente novas dos últimos tempos.

Se não impressiona pelo design, extremamente discreto e simplório, o YotaPhone conquista o usuário pela versatilidade e, sobretudo, pela autonomia da bateria. Afinal, o papel eletrônico pode ficar para sempre ali, enquanto o LCD tende a "morrer" em algumas horas e fica apagando para poupar bateria.

O aparelho é leve, tem uma boa pegada e é extremamente divertido brincar de jogar um conteúdo de uma tela para outra. Roda o Android 4.2 (Jelly Bean) em um Qualcomm SnapDragon S4 dual core com 1.5Ghz, pesa 140 gramas, vem em versões 32GB ou 64GB, com 2GB de RAM, câmera de 12MP e telas de 4.3", tanto a LCD quando a e-ink. Uma plataforma que, se não é top, é suficiente para o brinquedo funcionar suave e sem sobressaltos.

Para um protótipo, o resultado é bem satisfatório: durante toda a apresentação de quase meia hora, o YotaPhone não travou nem engasgou sequer uma vez. Embaraço que muitas das gigantes têm que enfrentar em aparelhos mais badalados.

Mas, o que exatamente significa a segunda tela, de papel eletrônico? Basicamente, ela funciona integrada à primeira, de LCD. Você pode jogar conteúdo de uma para outra, como, por exemplo, um mapa ou uma passagem de avião, para que não precise se preocupar quando a bateria acabar. A imagem fica congelada na tela, que não consome bateria e, teoricamente, pode ficar para sempre ali.

Ao contrário da LCD normal, que apaga alguns segundos após o recebimento de um SMS, WhatsApp ou mesmo uma ligação perdida, o YotaPhone mantém esses dados permanentemente no e-ink. Facebook, Twitter e demais redes sociais também podem ser acessadas e controladas via e-ink.

Mas a funcionalidade principal do aparelho é "matar" o Kindle e seus concorrentes. Afinal, ter um aparelho que permite a leitura sem cansar os olhos pode fazer com que o usuário deixe de carregar um gadget - no caso, o e-reader. E o e-ink do YotaPhone funciona também sob o sol, ao contrário da maioria dos leitores digitais disponíveis no mercado.

Um dos grandes "desafios" do YotaPhone vai ser o mercado. Com planos de ser lançado na Rússia já no final de 2013 e na Europa ocidental em 2014 (Brasil, nem pensar...), o aparelho será vendido na faixa dos US$ 500 - entrando na briga com cachorros grandes como Apple, Samsung e HTC. Um desafio e tanto para uma empresa com pouco mais de um ano que não tem nenhum aparelho lançado, baseada na Rússia, que também não tem nenhuma tradição em eletrônicos.

Mesmo com tudo isso, conquistar um lugar no mercado, mesmo depois de acabar com o tédio dos consumidores com uma ideia tão interessante, vai ser muito mais difícil do que surpreender a todos na CES e na MWC. Afinal, quem apostaria que um protótipo russo pudesse dividir os holofotes com o Xperia Z, da toda-poderosa Sony?

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