
Em meio à intensificação da guerra comercial com os Estados Unidos, a China anunciou nesta terça-feira (4) um pacote de medidas que inclui a abertura de uma investigação antimonopólio contra o Google. A ação ocorre em resposta às tarifas adicionais de 10% impostas pelo governo de Donald Trump sobre todas as importações chinesas, que entraram em vigor na mesma data.
O que aconteceu
A Administração Estatal de Regulamentação do Mercado da China informou que a Alphabet Inc., empresa controladora do Google, é suspeita de violar a lei antimonopólio do país. No entanto, o órgão não divulgou detalhes sobre quais práticas da companhia motivaram a investigação. A Reuters apurou que o Google não se manifestou sobre o caso.
Receita
Apesar de ter seus serviços bloqueados na China, o Google ainda mantém negócios no país por meio de anunciantes parceiros. Sua receita proveniente do mercado chinês representa cerca de 1% do faturamento global. Em 2017, a empresa chegou a inaugurar um pequeno centro de inteligência artificial no país, mas encerrou o projeto dois anos depois.
Tarifas
Além da investigação contra o Google, o governo chinês anunciou novas tarifas sobre produtos norte-americanos. O Ministério das Finanças da China informou que aplicará uma taxa de 15% sobre o carvão e o gás natural liquefeito (GNL) dos EUA, além de 10% para petróleo bruto, equipamentos agrícolas e alguns automóveis. As tarifas entrarão em vigor no dia 10 de fevereiro.
Não confiáveis
Outra medida foi a inclusão das empresas norte-americanas PVH Corp, dona da marca Calvin Klein, e da companhia de biotecnologia Illumina na chamada “lista de entidades não confiáveis”. O Ministério do Comércio da China acusou as companhias de adotarem práticas discriminatórias contra empresas chinesas, prejudicando seus interesses comerciais.
Sanções
Caso sejam condenadas, as duas empresas podem enfrentar sanções que incluem multas, restrições ao comércio e até o cancelamento de permissões de trabalho para funcionários estrangeiros. As medidas reforçam a escalada das tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo, que seguem impondo restrições mútuas no setor empresarial e tecnológico.